Nikki Haley, única concorrente de Donald Trump nas primárias republicanas nos Estados Unidos, criticou este domingo o ex-presidente pelo seu silêncio relativamente à morte do opositor russo Alexei Navalny e pelas declarações hostis à NATO.
"O facto de ele não dizer nada sobre Navalny [mostra] que ou está do lado do [presidente russo Vladimir] Putin e acha que não há problema em matar os seus oponentes políticos, ou simplesmente pensa que não é um assunto importante", disse Haley em declarações ao canal de televisão ABC.
A morte, conhecida na sexta-feira, de Alexei Navalny, numa prisão no Ártico, provocou uma onda de indignação dos países ocidentais, tendo o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmado que Putin é "responsável pela morte de Navalny" aos 47 anos.
Já o republicano Donald Trump, antecessor do democrata Biden na Casa Branca, onde espera regressar, não disse uma palavra este fim de semana sobre a morte de Navalny.
A perguntas de jornalistas, a equipa de campanha de Trump respondeu encaminhando para a última publicação de Donald Trump na sua rede Truth Social: "A América já não é respeitada porque temos um presidente que é incompetente, fraco e não compreende o que o mundo pensa".
Nikki Haley, antiga embaixadora nas Nações Unidas durante a administração Trump (2017-2021) e ex-governadora da Carolina do Sul, onde se realizarão as primárias republicanas a 24 de fevereiro, também criticou as declarações de Trump sobre a NATO, considerando "que provocam arrepios na espinha".
"Tudo o que ele fez naquele momento foi fortalecer Putin", disse Haley, recordando que um ataque a países da NATO levaria os EUA para a guerra.
No passado fim de semana, Donald Trump disse que se for reeleito Presidente encorajaria a Rússia a invadir os países com menores contribuições para a NATO ou que ainda não atingiram os 2% do Produto Interno Bruto (PIB) na área da Defesa.
Durante um comício na Carolina do Sul, o antigo chefe de Estado norte-americano relatou uma história que alegadamente teve com o homólogo de um país da NATO, que não identificou, que o confrontou sobre a ameaça de não defender os Estados-membros que não cumprissem com as metas estabelecidas.
"Um dos presidentes de um grande país levantou-se e disse: 'Bem, senhor, se não pagarmos e formos atacados pela Rússia, vai defender-nos?", relatou Donald Trump.
E terá respondido: "Não, não vou proteger-vos mais. Aliás, vou encorajá-los [aos russos] a fazerem o que quiserem. Vocês têm de pagar as vossas dívidas", completou.