A atriz Melissa Barrera, uma das atrizes principais dos filmes "Gritos" (2022) e "Gritos 6" (2023) foi despedida da próxima sequela da saga, na sequência da publicação de opiniões pró-Palestina que foram consideradas "antissemitas" pela produtora Spyglass.
De acordo com a "Variety", Melissa Barrera partilhou no seu Instagram várias publicações pró-Palestina e escreveu que "também vim de um país colonizado. A Palestina será livre", aludindo à sua nacionalidade mexicana.
Noutra publicação, a atriz questionou porque é que era tão difícil encontrar videos e informação "sobre o lado palestiniano".
"Porque os média ocidentiais só mostram um lado. Porque é que eles fazem isto, eu deixo à vossa interpretação", disse.
"Censura é real. Os palestinianos sabem que o mundo tem tentado que eles sejam invisíveis há décadas", acrescentou num story do Instagram.
Segundo a Spyglass, que produz os filmes da saga "Gritos", estes comentários foram percecionados como antissemitas e "incitamento ao ódio".
"Não aceitados falsas referências a genocídio ou limpeza étnica, distorção do que é o Holocausto ou algo que pise a linha de discurso de ódio", referiu um porta-voz da produtora à "Variety".
Já esta quarta-feira, a "Deadline" relata que Jenna Ortega, outra das atrizes principais das novas sequelas que também já fez publicações pró-Palestina, abandonou a produção do próximo "Gritos", por conflitos de agenda com outros projetos. No entanto, o próximo filme da saga ainda não tem argumento escrito nem uma produção agendada.
Hollywood vive momento de tensão
Segundo reportou esta terça-feira a "Variety", tem havido pressões na indústria de Cinema a quem expressa opiniões contra Israel e de apoio à Palestina, na sequência do ataque do Hamas, a 7 de outubro.
A atriz Susan Sarandon perdeu o agenciamento da empresa UTA Agency, depois de ter marcado presença em marchas de apoio à Palestina e de ter partilhado uma publicação de Roger Waters a criticar Israel.
Já na Creative Artists Agency, a agente Maha Dakhil perdeu o seu cargo na empresa depois de ter dito que estava a "assistir à negação de genocídio, enquanto acontece", referindo-se aos ataques de Israel em Gaza. De acordo com a "Variety", Dakhil conseguiu manter-se como agente, depois de um dos seus clientes mais influentes, Tom Cruise, ter intervido e mostrado o seu apoio em pessoa.
O produtor Marc Platt, responsável por filmes como "La La Land" e "Ponte de Espiões", pressionou a agência WME para deixar de trabalhar com Boots Riley, realizador do filme "Sorry to Bother You" e ativista, depois de publicações do artista a apelar ao boicote de visionamentos dos ataques do Hamas a 7 de outubro, classificando as imagens de "propaganda homicída".
Em resposta, Boots Riley escreveu nas redes sociais que "está bem e está certo".
"Aquele artigo da Variety só quer assustar as pessoas a serem silenciosas. Não deixem que eles vos assustem", disse.