O Papa disse esta quinta-feira no Vaticano que quem explora ou rejeita migrantes, por motivos políticos ou económicos, vai “prestar contas” a Deus, condenando atitudes de “intolerância, discriminação ou exclusão”.
Francisco recebia os participantes num congresso sobre “xenofobia, racismo e nacionalismo populista”, a decorrer em Roma, perante os quais apontou o dedo aos que “tiram proveito económico do clima de desconfiança”, de precariedade e exploração dos mais frágeis, gerando formas de “escravatura”.
“Deveriam fazer um profundo exame de consciência, com a certeza de que um dia vão ter de prestar contas diante de Deus das escolhas que fizeram”, acrescentou.
O Papa lamentou que haja quem “feche as portas com desprezo” aos migrantes ou se aproveite das suas situações de “irregularidade ou de ilegalidade”, para os explorar.
Falando de improviso, Francisco lamentou o regresso de atitudes que “pareciam superadas”, como “sentimentos de suspeita, de medo, de desprezo e mesmo de ódio” face a quem é diferente pela sua nacionalidade ou religião.
“Infelizmente, acontece que no mundo da política se ceda à tentação de instrumentalizar os medos e as dificuldades objetivas de alguns grupos e de recorrer a promessas ilusórias para interesses eleitorais míopes”, prosseguiu.
A conferência sobre “xenofobia, racismo e nacionalismo populista” no contexto das migrações globais é um evento ecuménico que se encerra esta quinta-feira, em Roma, com organização do Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral e do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos, da Santa Sé, e do Conselho Mundial das Igrejas.
“Diante do avanço de novas formas de xenofobia e racismo, também os líderes de todas as religiões têm uma importante missão, a de difundir entre os seus fiéis os princípios e valores éticos inscritos por Deus no coração do homem”, declarou o Papa.