Os dados do turismo melhoraram em julho deste em comparação com 2020, mas ainda abaixo dos números pré-pandemia, indica o Instituto Nacional de Estatística (INE).
O setor do alojamento turístico registou 1,6 milhões de hóspedes, comparando com 1 milhão do mesmo mês do ano passado. Julho de 2021 trouxe também 4,5 milhões de dormidas, o que compara com 2,6 milhões de dormidas em julho de 2020.
Os números agora conhecidos ficam, no entanto, ainda abaixo dos níveis pré-pandemia, entre 42 a 45% abaixo destes indicadores de 2019.
A queda face a julho de 2019, antes da pandemia, nota-se mais pela quebra de turistas estrangeiros. De 2019 para 2021 há um decréscimo de 67,6% nas dormidas de não residentes, em contraste com um crescimento de 6,4% nas dormidas de residentes.
João Fernandes, presidente do Turismo do Algarve, destaque a importância dos turistas portugueses nesta fase e para o “défice” de visitantes estrangeiros.
“Os números do INE mostram isso. Julho foi muito marcado por um contributo do turista nacional na procura pelo Algarve, que representou mais de um terço da atividade turística até julho. Ainda há um grande défice da procura externa e é esse o grande exercício que para setembro é mais exigente. Até meados de setembro, ainda com férias escolares, há a expetativa e constatação de que os portugueses vão continuar a procurar o Algarve”.
O Algarve espera que em setembro venham mais turistas britânicos, um empurrão que vem com umas pancadinhas na bola de golfe, diz João Fernandes.
“As operações aéreas têm vindo a aumentar a sua capacidade e a consolidar os seus resultados, na medida em que a taxa de ocupação dos aviões de mercados como França, Bélgica, Luxemburgo, mas também a Alemanha e a Holanda têm vindo progressivamente a melhorar, mas a expetativa é que isso também aconteça naquele que é o principal mercado emissor externo, o britânico, muito associado à época do golfe.”
Nestas declarações à Renascença, João Fernandes pede a revisão de critérios de vacinação para turistas, que estão a "distorcer a concorrência" e aposta na chamada época baixa.
Em julho, o mercado britânico representou 13,1% do total de dormidas de não residentes em Portugal, seguido pelos mercados espanhol (quota de 16,9%), francês (14,8%) e dos países baixos (6,3%).
Somando os primeiros sete meses deste ano, o INE regista aumentos nos mercados polaco (+103,8%), suíço (+35,9%) e belga (+30,2%), enquanto nos restantes principais mercados regista decréscimos.
O Algarve concentrou 34,5% das dormidas em julho, seguindo-se o Norte (15,5%), a Área Metropolitana (AM) de Lisboa (14,6%) e a Região Autónoma (RA) da Madeira (12,1%).
Já as dormidas de residentes, entre janeiro e julho, aumentaram em todas as regiões, destacando-se a RA Madeira (136%), RA Açores (99,9%) e Algarve (54,6%), mas em termos de dormidas de não residentes todas as regiões apresentaram decréscimos neste período, exceto a RA Açores (+31,8%).
As menores reduções foram no Alentejo (-4,8%), mas as restantes regiões tiveram diminuições superiores a 16%.