As buscas no âmbito da operação “O Negativo”, ligada ao processo de 1999 e que ficou conhecido como “máfia do sangue”, já terminaram. Há registo de um detido, quatro arguidos e mais de 30 buscas em Lisboa, Porto e até na Suíça.
Fonte da investigação adianta à Renascença que, além de Luís Cunha Ribeiro, ex-presidente do INEM e da ARS Lisboa, há mais três arguidos.
Segundo a RTP e o “Correio da Manhã”, tratam-se da presidente da Associação Portuguesa de Hemofilia e júri do concurso do plasma, Elsa Morgado, o advogado Farinha Alves e o advogado Luís Barros Figueiredo. A Renascença tentou contactar estes dois últimos, sem sucesso.
Contudo, apenas Luis Cunha Ribeiro foi detido e será presente quarta-feira ao juiz do tribunal de instrução criminal.
As diligências decorreram na sociedade de advogados PLMJ, no Ministério da Saúde, no Centro Hospitalar do Porto, no INEM e na farmacêutica Octapharma, que será o alvo principal da operação “O Negativo”.
Em 1999, a farmacêutica Octapharma viu ser-lhe atribuído o monopólio da venda do plasma sanguíneo aos hospitais portugueses, mas há suspeitas de vantagens económicas indevidas.
Seguem-se pistas de suspeitas dos crimes de corrupção activa e passiva, recebimento indevido de vantagens e branqueamento de capitais.
No terreno estiveram oito magistrados do Ministério Público, três juízes de instrução e cerca de 90 elementos da Polícia Judiciária.