Máfia do sangue. Buscas terminam com um detido e quatro arguidos
13-12-2016 - 19:50

Em causa estão suspeitas de vantagens económicas indevidas na atribuição à farmacêutica Octapharma do monopólio de venda de plasma ao Estado.

As buscas no âmbito da operação “O Negativo”, ligada ao processo de 1999 e que ficou conhecido como “máfia do sangue”, já terminaram. Há registo de um detido, quatro arguidos e mais de 30 buscas em Lisboa, Porto e até na Suíça.

Fonte da investigação adianta à Renascença que, além de Luís Cunha Ribeiro, ex-presidente do INEM e da ARS Lisboa, há mais três arguidos.

Segundo a RTP e o “Correio da Manhã”, tratam-se da presidente da Associação Portuguesa de Hemofilia e júri do concurso do plasma, Elsa Morgado, o advogado Farinha Alves e o advogado Luís Barros Figueiredo. A Renascença tentou contactar estes dois últimos, sem sucesso.

Contudo, apenas Luis Cunha Ribeiro foi detido e será presente quarta-feira ao juiz do tribunal de instrução criminal.

As diligências decorreram na sociedade de advogados PLMJ, no Ministério da Saúde, no Centro Hospitalar do Porto, no INEM e na farmacêutica Octapharma, que será o alvo principal da operação “O Negativo”.

Em 1999, a farmacêutica Octapharma viu ser-lhe atribuído o monopólio da venda do plasma sanguíneo aos hospitais portugueses, mas há suspeitas de vantagens económicas indevidas.

Seguem-se pistas de suspeitas dos crimes de corrupção activa e passiva, recebimento indevido de vantagens e branqueamento de capitais.

No terreno estiveram oito magistrados do Ministério Público, três juízes de instrução e cerca de 90 elementos da Polícia Judiciária.