O gigante das telecomunicações chinês Huawei lançou uma nova ofensiva contra a administração do Presidente dos EUA ao pedir a um tribunal norte-americano para anular a "proibição tirânica" de compra dos seus equipamentos pelos governos estatais.
"Esta lei estabelece diretamente que a Huawei é culpada e impõe um elevado número de constrangimentos (...), com o objetivo evidente de afastar a Huawei", indicou na terça-feira um responsável jurídico da empresa, Song Liuping, num comunicado divulgado pela cadeia de televisão chinesa CCTV.
O grupo tinha apresentado uma queixa, em março, no Texas, por considerar que o Congresso norte-americano nunca apresentou provas para justificar as "restrições anticonstitucionais" que visam a companhia.
"Esperamos que os tribunais norte-americanos declarem que a proibição à Huawei é inconstitucional e impeçam a sua entrada em vigor", acrescentou Song.
Na mira do gigante tecnológico está a proibição de administrações federais nos Estados Unidos de comprarem equipamentos e serviços à Huawei.
"Esta maneira de usar a legislação (...) é um ato tirânico e é explicitamente proibido pela Constituição dos EUA", disse o diretor jurídico da Huawei.
Este anúncio ocorre no momento em que o grupo chinês, líder mundial indiscutível em 5G (a quinta geração de redes móveis), é alvo de uma nova onda de ataques de Washington.
Donald Trump decidiu na semana passada proibir as exportações de produtos tecnológicos norte-americanos para determinadas empresas consideradas de “risco”, tendo em vista a Huawei.
Como consequência imediata do anúncio de Washington, a Google anunciou que iria romper com a Huawei.
O grupo chinês depende do gigante norte-americano da internet para o sistema Android, instalado na maioria dos 'smartphones' no mundo.
Sem o Android, a Huawei arrisca-se a não conseguir convencer os clientes a comprarem os telefones da marca sem aplicações Gmail (correio), Maps (cartografia) ou YouTube (plataforma de vídeos), apenas algumas das mais conhecidas.
Perante a inquietação dos utilizadores e das empresas norte-americanas, os Estados Unidos concordaram em adiar a medida por 90 dias antes de imporem sanções, de forma a permitir que a Huawei e os seus parceiros se adaptem.
Presente em 170 países, a Huawei é suspeita de espiar para Pequim, que terá contribuído largamente para a expansão internacional da empresa chinesa.