Os separatistas do Iémen declararam este domingo a autonomia para a parte sul do país, quebrando o acordo de paz com o Governo e complicando o longo conflito com os rebeldes huthis que controlam grande parte do norte.
O Conselho de Transição do Sul acusou o Governo de não cumprir as suas obrigações e de "conspirar" contra a causa do sul, afirmando que a autonomia havia começado à meia-noite.
Na sexta-feira, a coligação militar liderada pela Arábia Saudita, que apoia o Governo face aos rebeldes, decidiu prolongar por um mês uma trégua unilateral para permitir ao país devastado pela guerra conter a pandemia de covid-19.
A trégua unilateral, anunciada a 8 de abril e com uma duração de duas semanas, não impediu a continuação dos combates no terreno entre as forças lealistas e os rebeldes huthis, apoiados pelo Irão, que rejeitaram o cessar-fogo.
Desde a intervenção da coligação em 2015, vários meses depois do início da guerra no ano anterior, o conflito causou dezenas de milhares de mortos, essencialmente civis, segundo as organizações não-governamentais, e causou a pior crise humanitário do mundo, de acordo com a ONU.
Cerca de 80% da população depende de ajuda humanitária.
Mais de três milhões de pessoas estão deslocadas devido ao conflito, muitas das quais em campos particularmente expostos ao risco de propagação de doenças, como o paludismo e a cólera.