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O vice-presidente da bancada do PSD, Adão Silva, deixa críticas àqueles que se opõem ao líder do partido. Em entrevista ao programa “Hora da Verdade”, da Renascença e do “Público”, que pode ouvir nesta quinta-feira depois do meio-dia, o deputado lembra que Rui Rio foi eleito "legitimamente pelos militantes" e diz que o líder do PSD tem criticado o Governo. Sobre as futuras eleições no país, diz ser cedo para fazer cenários.
Na apresentação pública do projecto do PSD de Lei de Bases da Saúde, Rui Rio não esteve na conferência de imprensa. Pode dizer-se que o líder da oposição está desaparecido mesmo antes do combate?
Seria profundamente injusto dizer uma coisa dessas. O Dr. Rui Rio decidiu que esta matéria devia ser apresentada por outras pessoas, nomeadamente o responsável pelo CNE [Conselho Nacional Estratégico], o vice-presidente e o coordenador da área da saúde, numa lógica que tem da diversificação de pessoas a falarem.
No dia da apresentação do projecto, saíram notícias sobre movimentações no PSD para recolher assinaturas suficientes para convocar uma reunião extraordinária do conselho nacional. Em cima da mesa pode estar o objetivo de destituir Rui Rio. Acha que vai conseguir cumprir o mandato?
Vai cumprir o seu mandato. O Dr. Rui Rio tem uma característica muito importante e uma situação muito confortável do ponto de vista democrático, que é legitimidade. Foi legitimamente eleito pelos militantes do PSD e não foi em congresso. Foi uma eleição de todos os militantes que quiseram votar...
Mas isso não tem travado a contestação.
Teve uma disputa interna com outro candidato. Essas notícias que apareceram deixam-me bastante perplexo, porque num partido democrático em que tudo deve ser jogado numa lógica de transparência, em que as pessoas devem dar a cara, a minha pergunta é quem são as tais pessoas que, segundo o jornal "Público", querem abater o líder legitimado do PSD, Dr. Rui Rio? Não se sabe.
Não é abater. É conseguir 32 nomes para convocar um conselho extraordinário em que se destitua o líder. É também tudo muito democrático.
Se é democrático, comecemos pelo princípio. No princípio são os nomes. Portanto, venham daí os nomes das pessoas. Porque do ponto de vista democrático é intolerável este tipo de jogo, as [pessoas] que estão a fazer um exercício de contestação que quer chegar às últimas consequências, que é a destituição do líder, não darem a cara, diria que é um péssimo começo democrático. Para não dizer que é à partida um nado morto.
As críticas têm sido muitas e uma delas é que Rui Rio não faz oposição ao Governo. Esta é uma estratégia que vai mudar em 2019?
Mas o Dr. Rui Rio tem feito oposição ao Governo e as críticas são absolutamente normais no PSD. Porventura não se recordará das críticas violentíssimas a que foi sujeito o Dr. Durão Barroso em 1999 e 2000 e 2001. E subitamente, eis o Dr. Durão Barroso como primeiro-ministro e mais tarde até como presidente da comissão europeia. Até me recordo que um dos grandes motores das críticas ao Dr. Durão Barroso era, quem? O Dr. Marques Mendes, com críticas violentíssimas.
Essa referência quer dizer que o Dr. Marques Mendes continua a liderar a crítica a Rui Rio?
Não sei se lidera. Mas que as críticas do Dr. Marques Mendes muitas vezes são completamente despropositadas são.
O Dr. Rui Rio já admitiu que o cenário político ainda é desfavorável ao PSD. O partido vai estar disponível para dar apoio a futuro Governo PS, se for esse o resultado das eleições?
Eu punha as coisas ao contrário. Esperamos que o Partido Socialista esteja disponível para estar com o PSD se for necessário para um Governo do PSD.
Acredita que é possível inverter esta situação e haver uma disputa taco a taco?
Estou a fazer uma provocação. Acho que esta questão não se coloca neste momento. Vamos disputar as eleições, vamos ver o que os portugueses dizem nesta matéria.