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Na reta final do ano
letivo há escolas que estão à procura de professores para dar aulas, uma
situação que não satisfaz pais nem alunos, que estão juntos nas criticas contra
a obrigação do ensino presencial.
Nesta altura em que estão preocupados com a realização dos exames de acesso ao ensino superior, ficar sem os professores titulares não está a ser vem visto e este é um risco, como avisa o presidente da Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação (CNIPE).
Rui Martins defende, por isso, na Renascença, que “o ensino à distância, à partida,
será uma vantagem muito maior do que encontrar professores novos, que nunca
tiveram contacto com qualquer aluno”.
No mesmo tom as críticas dos alunos. Hugo Barreto dá a voz pela Federação das Associações de Estudantes do Ensino Básico e Secundário para lamentar o facto de os alunos não saberem qual o professor que vão ter nas aulas presenciais, até porque “as turmas vão ser divididas”.
Na Escola Secundária Gaia Nascente faltam professores de Matemática e de Biologia
No agrupamento de escolas Gaia Nascente, há três professores dispensados do trabalho presencial: Português e Matemática A do 12º ano, e Biologia do 11º ano. O diretor, Sérgio Afonso, já encontrou uma solução para português, mas para as outras disciplinas lançou concurso.
Reconhece que mudar de professor “dificulta bastante o processo” de aprendizagem dos alunos. Por isso é que nesta escola “o professor titular terá de articular essas aulas com o novo professor que será o seu coadjuvante presencial”.
Sérgio Afonso admite à Renascença que na segunda-feira ainda não vai ter os professores que estão em falta. “O que vai acontecer é que os alunos não regressam” e o ensino mantém-se à distância.
O diretor da Escola Secundária Gaia Nascente acredita que terá a situação resolvida na próxima quarta-feira, mas poderá haver casos em que a substituição do professor não será fácil como admite o secretário geral da FNE.
João Dias da Silva avisa, na Renascença, que “em algumas circunstâncias, as escolas possam não encontrar professores para substituir algum que esteja doente, particularmente na zona de Lisboa e no Algarve”.
Petição “Por que não devem reabrir as escolas” com perto de 900 assinaturas
Um grupo de professores que entende que a reabertura das escolas não garante a igualdade de oportunidades promoveu a petição “Por que não devem reabrir as escolas” , dirigida ao presidente da Assembleia da República. Foi assinada por 900 professores que entendem prematura a reabertura das escolas a 18 de maio.
Maria Sanches Ribeiro é uma das peticionárias e disse à Renascença que “há vários alunos que se encontram em situação de profunda desigualdade com este regresso à escola”.
Esta professora de Biologia e Geologia do 11º ano na Escola Secundária Passos Manuel considera que “muitos alunos poderão não regressar por questões de saúde, outros regressando à escola não terão acesso ao professor com que trabalharam o ano inteiro, outros correrão risco de ficar sem aulas pela falta de professores, outros ainda poderão correr riscos sérios, porque têm de utilizar os transportes públicos”.
A falta de equidade motivou a petição que tem cerca de 900 assinaturas. Quando atingir as mil, é, obrigatoriamente, publicada no Diário da Assembleia da República e os peticionários são ouvidos em audição na comissão.