“Israel está num beco sem saída, onde nunca tem uma boa solução”. A analise é de Henrique Raposo, no seu espaço de comentário na Renascença, após o ataque iraniano com “drones”, não muito bem-sucedido, sobre Israel.
Para o comentador, “é um beco sem saída, onde Israel é o mais forte. E, ao contrário das guerras do passado, no século XX, em que Israel lutou para sobreviver e a sua sobrevivência incontestada estava mesmo em causa, não é o caso, hoje em dia”.
“E nós estamos sempre a dizer a Israel para fazer uma coisa que é bastante difícil enquanto Estado, enquanto sociedade, que é apanhar, estar quieto”, assinala.
Na visão de Raposo, do ponto de vista histórico e racional faz todo o sentido, “porque a grande lição do terrorismo em qualquer época - e tivemos agora há pouco tempo o 11 de setembro e a Hiper reação americana - é que o terrorismo tem uma importância emocional que é inversamente proporcional à sua real importância estratégica e política”.
No seu espaço de comentário n’As Três da Manhã, Raposo defende que “a única solução era termos um exército exterior, uma terceira parte a controlar Gaza”, apontando que “esse exército teria que ser composto pelos árabes - Jordânia, Egito e Arábia Saudita”.
Mas “isso não existe, pelo menos, enquanto Israel continuar a atacar Gaza”, adverte, sinalizando, no entanto, que há “aqui uma oportunidade” – o medo do Irão, que une os árabes e Israel.
O comentador lembra ainda que o Irão é persa, é xiita e mantém na cúpula do poder um radicalismo islâmico que os outros abandonaram.
“Convém voltarmos atrás, antes do 7 de outubro - Israel estava à beirinha de ter um acordo histórico com a Arábia Saudita e com todos os outros árabes. É altura de recuperar isso e de chamar a atenção aos árabes, que também têm que assumir responsabilidades”, defende.
Por fim, Raposo diz não compreender como se pode pedir a Israel para ficar quieto, quando o Irão, neste momento, “tem a cadeira do desarmamento na ONU e teve, há pouco tempo, a cadeira dos Direitos humanos”.
“Parece piada, mas não é”, atira, rematando que “o Irão está a fazer uma coisa que todas as ditaduras fizeram, a começar no Salazar em 61, uma guerra externa para conseguir uma unidade interna que já não tem”.