As autoridades de saúde de Espanha e do Brasil anunciaram esta sexta-feira as primeiras mortes Monkeypox nos respetivos países. São os primeiros casos mortais verificados fora do continente africano.
O Ministério da Saúde espanhol confirma a primeira vítima mortal pela variante humana da chamada varíola dos macacos, sem avançar mais pormenores.
Espanha regista até esta sexta-feira um total de 4.298 casos confirmados de Monkeypox. Pelo menos 3,2% foram hospitalizados.
O Ministério da Saúde brasileiro também confirmou esta sexta-feira a primeira morte por Monkeypox no país. A vítima era um homem com baixa imunidade, da cidade de Uberlândia, em Minas Gerais.
Esta confirmação ocorre um dia após o governo brasileiro decretar um "surto epidémico" no estado de São Paulo, que tem 42 milhões de habitantes, onde estão confirmados 823 casos da doença rara.
No Brasil, estão confirmados 1.066 casos de Monkeypox, tornando-o o segundo país com mais casos confirmados do continente americano, antecedido pelos Estados Unidos, que têm mais de três mil casos confirmados.
Para lidar com a crescente epidemia, o Ministério da Saúde do Brasil anunciou, na quarta-feira, a criação de uma comissão de emergência especial.
O governo brasileiro também já deu início às negociações para a aquisição de vacinas, com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).
Na Europa, a vacina contra a varíola está a ser utilizada na prevenção e tratamento da doença.
O primeiro caso de Monkeypox no Brasil foi um homem que, a 8 de junho, voltou de uma viagem a Espanha, o país mais afetado do mundo.
A Organização Mundial da Saúde lançou um apelo, no sábado, para a diminuição dos comportamentos de risco.
De acordo com a OMS, desde o início de maio, foram detetados mais de 18 mil casos em todo o mundo. A doença propagou-se em 78 países, sendo que 70% dos casos estão concentrados na Europa e 25% nas Américas. Esta é a sexta morte causada por Monkeypox, sendo que as restantes ocorreram em África.
A doença Monkeypox surgiu pela primeira vez em 1958, quando foram detetados dois surtos em colónias de macacos em cativeiro. Foi identificada em humanos anos mais tarde, em 1970, na República Democrática do Congo.