Milhares de pessoas voltaram esta terça-feira a manifestar-se em Madrid e noutras cidades espanholas contra a amnistia de independentistas, com o protesto da capital a terminar com nova intervenção policial para dispersar a multidão.
As concentrações em frente de sedes do partido socialista espanhol (PSOE), atualmente no poder em Espanha, estão a ser convocadas diariamente por grupos de extrema-direita e têm sido apoiadas pelo Vox, a terceira força política no parlamento.
Entre gritos e cartazes com palavras de ordem contra o PSOE e o líder do partido, o primeiro-ministro Pedro Sánchez, os manifestantes têm também gritado vivas ao ditador Francisco Franco e exibido bandeiras espanholas do período da ditadura.
As maiores manifestações têm sido em Madrid, em frente da sede nacional do PSOE, na rua Ferraz, onde hoje se concentraram cerca de 7.000 pessoas, depois de na segunda-feira terem estado no mesmo local mais de 3.000, segundo números das autoridades.
Esta terça-feira, um grupo de mais de 500 pessoas, que estavam concentrado em Ferraz, deslocaram-se também para as imediações do Congresso, tendo cortado a Gran Vía, uma das principais artérias do centro de Madrid. Após alguns minutos perto do Congresso, o grupo regressou à concentração em frente da sede do PSOE.
A manifestação de hoje em Madrid foi dispersada pela polícia, por elementos de forças antidistúrbios, após pouco mais de duas horas de concentração, quando parte dos manifestantes já tinha abandonado o local e quando um grupo começou a atirar objetos às forças de segurança e começou a tentar forçar as barreiras que haviam sido colocadas na rua.
Na segunda-feira, já tinha havido uma carga policial e três pessoas foram detidas no final da manifestação de Madrid.
O PSOE suspendeu a atividade nas sedes que tem pelo país por causa da possibilidade de concentrações violentas em frente dos edifícios.
Segundo a polícia espanhola, a atuação policial na segunda-feira teve como alvo um grupo de 200 pessoas que lançaram objetos aos agentes e tentaram também forçar barreiras.
Essas 200 pessoas infiltraram-se entre os manifestantes pacíficos e tinham "o rosto coberto e estética ultra", segundo um documento da polícia citado pelos meios de comunicação social.
A polícia assegurou que a atuação contra estas 200 pessoas ocorreu já depois de a maioria dos manifestantes ter abandonado o local.