Escola Pires de Lima ou Silo Auto são as alternativas avançadas pela Câmara do Porto para instalar os músicos do Centro Comercial Stop. A associação que representa os artistas fala numa má decisão para a cultura da cidade e numa machadada na mística de um espaço que funcionava como centro cultural.
Em declarações à Renascença, Rui Guerra da Associação de Músicos daquele espaço diz que a proposta da autarquia vai ser analisada.
“Sabemos que é uma situação irreversível dentro do Centro Comercial Stop. Já estávamos à espera de aquilo há já algum tempo porque era inevitável. E, portanto, vamos tentar ver e resolver da melhor maneira a situação que nos propõe.”
O barulho foi apontado pela autarquia como um dos motivos para retirar os músicos do Centro Comercial Stop.
Rui Guerra nega e aponta uma discoteca instalada no edifício como o foco de ruído.
“Barulho não há devido às bandas. Embora haja uma discoteca que funciona e que durante a noite à saída podem provocar um bocado de barulho. Das bandas propriamente dos sons de ensaio não tem havido problemas quanto a isso”, afirmou o diretor da Associação.
O Centro Comercial Stop era a sala de ensaio de 500 músicos há 20 anos.
O presidente da associação diz que a saída do Stop é negativa para a cultura da cidade.
“Representa tudo o que há de mau para a cultura. Nós estávamos ali bem, confortáveis, tínhamos todas as condições para tocar, produzir e gravar. Ali havia realmente um laboratório de música alterativa e estávamos ali muito bem. O facto de termos de sair dali, claro que dificulta, vamos para sítios diferentes…ali tinha-se criado uma mística, que realmente era incomparável, isso vai se perder de certeza. Portanto, vamos ter que nos adaptar a novas situações”, disse o diretor.