O Presidente chileno, Sebastian Piñera, anunciou que vai cancelar duas cimeiras internacionais para poder responder aos prolongados protestos nacionais.
As manifestações já fizeram mais de uma dúzia de mortos, centenas de feridos e já danificaram empresas e infraestruturas.
A decisão de cancelar a cimeira do fórum Cooperação Económica da Ásia-Pacífico (APEC) e as reuniões globais climáticas da ONU, planeadas para novembro e dezembro, respetivamente, afetou a imagem do Chile como um oásis regional de estabilidade e desenvolvimento económico.
Piñera disse que foi forçado a cancelar os dois eventos devido ao caos desencadeado pelos 12 dias de protestos no país. Os manifestantes exigem maior igualdade económica e melhores serviços públicos, num país há muito visto como uma história de sucesso económico.
"Foi uma decisão muito difícil que nos causou muita dor", disse Piñera num discurso, na quarta-feira. "Um Presidente precisa sempre de colocar as necessidades dos seus compatriotas em primeiro lugar", justificou.
Os partidos do oposição e pró-governo no Chile aceitaram a decisão do Presidente, dizendo que a realização das cimeiras era irrealista, dadas as circunstâncias.
Nos últimos dias de protestos, muitas lojas foram vandalizadas, alguns prédios arderam e algumas estações de metro tiveram de ser fechadas.
A situação estabilizou-se um pouco por volta do meio-dia de quarta-feira. Exceto pela presença de algumas centenas de manifestantes, as ruas da capital, Santiago, estavam em grande parte calmas, sem relatos de vandalismo.