Ministro critica "engenheiro nasal" Rio que esturricou “empadão de mentiras”
27-11-2019 - 15:02
 • Susana Madureira Martins , Cristina Nascimento

Críticas de Matos Fernandes surgem a propósito da concessão de uma licença para a exploração de lítio em Montalegre.

O ministro do Ambiente João Matos Fernandes aconselha Rui Rio a “desligar o forno” depois de ter esturricado um “empadão de mentiras”. O governante referia-se às críticas do líder do PSD sobre o negócio de exploração de lítio em Montalegre.

“Diz o líder do PSD que o processo lhe cheira a esturro. Só lhe posso dar um conselho: que desligue o forno, pois o empadão de mentiras que inventou feito com as sobras do jantar de sexta-feira à noite, esturricou”, disse Matos Fernandes, acrescentando que o líder da oposição “é engenheiro nasal, especialidade que a Ordem não reconhece”.

O ministro do Ambiente esteve a ser ouvido esta quarta-feira na Comissão de Ambiente, Energia e Ordenamento do Território, na Assembleia da República sobre o assunto.

Matos Fernandes garantiu ainda que o Governo acatará todas as conclusões que resultarem do estudo de impacto ambiental.

“O promotor está a fazer o estudo de impacto ambiental, haverá de o entregar à administração, será avaliado, terá consulta pública. Se for chumbado, o processo acaba aqui; se for aprovado, quase invariavelmente com condicionantes, todos os cuidados ambientais serão observados”, garantiu o ministro.

O governante assumiu ainda que está “mais do que garantida a idoneidade financeira” da empresa de exploração de lítio Lusorecursos, aludindo à entrega de uma caução de 250 mil euros.

Nesta comissão marcou presença também o presidente da associação “Montalegre com Vida” que garantiu existirem ilegalidades na concessão. Já o secretário de Estado da Energia, João Galamba, garante que reverter o negócio seria crime.

O interesse pelo lítio português despertou em 2016, ano em que deram entrada 30 novos pedidos de prospeção e pesquisa deste metal, impulsionado pelo aumento da procura global devido à utilização nas baterias do automóvel elétrico.

Desde então, várias associações ambientalistas, câmaras municipais e população já se pronunciaram contra a prospeção e exploração de lítio, com o Governo a defender, por outro lado, que aquele recurso é essencial para a transição energética.

Em Portugal, as seis principais ocorrências de lítio localizam-se na Serra de Arga (dividida pelos concelhos de Caminha, Ponte de Lima e Viana do Castelo), Covas do Barroso (Boticas), Barca d'Alva (Figueira de Castelo Rodrigo), Guarda, Mangualde e Segura (Idanha-a-Nova).