A bebida alcóolica mais popular do mundo poderá vir a sofrer um aumento considerável no preço. Esta segunda-feira foi divulgado na revista "Nature" um estudo norte-americano que alerta para o declínio das plantações de cevada, causado pelas alterações climáticas.
Para além da Irlanda, onde se espera que os preços aumentem para o dobro, os países mais afetados serão a Itália, o Canadá e a Polónia.
Com o aumento de eventos climáticos extremos, como ondas de calor e secas, que se prevê que venham a acontecer a cada dois ou três anos na segunda metade do século, espera-se que os campos de cevada venham a ter um declínio até 17%.
Um dos autores do estudo, Dabo Guan, alerta que este é um problema menor, tendo em conta as consequências que o aquecimento global pode vir a trazer como diminuição das reservas alimentares, estragos devido a tempestades e a falta de água potável.
Através deste alerta para o aumento do preço da cerveja, o professor universitário pretende criar consciência dentro dos países europeus para as consequências das alterações climáticas. "As alterações climáticas vai afectar toda a gente, não apenas as pessoas na Índia ou dos países africanos", diz Guan, especialista economia das alterações climáticas.
Com este alerta, o professor espera que, de forma a evitar a redução nas reservas de cerveja e um possível aumento no preço, os consumidores tenham uma postura mais activa perante as emissões de gases.
No ano passado o Presidente dos Estados Unidos anunciou a saída dos EUA do Acordo de Paris. Donald Trump mostrou-se sempre céptico em relação ao impacto que o ser humano provoca no ambiente e é um descrente das alterações climáticas.
Algumas produtoras de cerveja já se estão a preparar para este eventual declínio da cevada e estão a trabalhar em plantações que precisem de pouca irrigação. A multinacional Anheuser-Busch InBev já se comprometeu a reduzir as emissões das fábricas de cerveja em 24% até 2025.