Economia vai resistir a novo confinamento? Empresários cristãos estão divididos
15-01-2021 - 06:30
 • Sandra Afonso

A grande maioria dos inquiridos no barómetro da Acege (81%) diz que as medidas disponíveis na atual vaga não são suficientes nem eficazes e 16% admitem despedir até ao final do ano.

Apesar de críticos sobre as ajudas disponíveis, as opiniões dos empresários cristãos dividem-se quanto à capacidade da economia em resistir a mais um mês de portas fechadas devido ao confinamento geral que entrou esta sexta-feira em vigor. São conclusões do barómetro da Netsonda para a Renascença, Jornal Económico e Associação Cristã de Empresário e Gestores (Acege), realizado esta semana, antes de serem anunciadas as condições de apoio a este confinamento.

A maioria, quase 43% dos inquiridos, não acredita que a economia consiga suportar um mês de confinamento geral. No entanto, perto de 41% diz o contrário. Os restantes não sabem ou não respondem.

Mais clara é a avaliação aos apoios no terreno. A grande maioria, 81%, diz que as medidas disponíveis na atual vaga não são suficientes nem eficazes. Apenas 7% estão satisfeitos.

A pensar no médio prazo, e enquanto se aguarda uma decisão oficial sobre a extensão das moratórias, os empresários avisam já que será necessário mais tempo para pagar os empréstimos. Mais de 78% defendem o alargamento do prazo de pagamento das moratórias, contra cerca de 13%, que dizem que não será preciso.

Apesar deste arranque de ano difícil, a maioria acredita que consegue manter o actual número de trabalhadores até ao final de 2021. Apenas 16% admite despedimentos. Mais de 22% não sabe ou não responde.

Ainda pelo trabalho, Espanha discute a redução da semana laboral para 32 horas sem redução do salário, uma medida rejeitada por mais de 76% dos inquiridos desde barómetro da Acege. Apenas 16% admite aplicar esta alteração em Portugal.


Destaque ainda para uma das medidas emblemáticas do último ano, o apoio à TAP. Uma larga maioria, 74,5%, critica o investimento de milhares de milhões de euros pelo Estado na transportadora: diz que a importância da manutenção da TAP não o justifica. Apenas 15% concordam com a medida.

Sobre o que aí vem, a maioria dos empresários e gestores, quase 45%, mostra-se moderadamente otimista sobre o futuro da empresa. Já sobre o futuro do país, perto de 43% dizem estar moderadamente pessimistas.

Este barómetro inquiriu 950 associados da Acege, desde terça-feira, 12 de janeiro. Foram validadas 149 respostas.