Moedas responde a Marcelo: "Não aceito lições de ninguém" sobre imigração
14-02-2023 - 18:07
 • Susana Madureira Martins

"Fui imigrante, sou casado com uma imigrante, o meu sogro é marroquino e a minha sogra tunisina", disse o autarca na reunião da Assembleia Municipal, onde fez questão de repetir o que disse na entrevista à Renascença e ao Público: que o país precisa de uma política de imigração "digna".

Horas depois do Presidente da República ter pedido "bom senso" a Luís Montenegro e a Carlos Moedas sobre o tema da imigração, o autarca de Lisboa veio responder que não aceita "lições de ninguém nesta matéria" e rematou a frase com uma repetição: "de ninguém".

Na intervenção inicial da reunião da Assembleia Municipal desta tarde, o presidente da câmara de Lisboa puxou dos galões e do seu próprio exemplo como emigrante e familiar de imigrantes: "fui imigrante, sou casado com uma imigrante, o meu sogro é marroquino e a minha sogra tunisina".

Tal como tinha feito na entrevista ao programa "Hora da Verdade", da Renascença e do jornal Público, o autarca de Lisboa repetiu que Portugal "precisa de imigrantes", mas precisa também de "uma política de imigração digna", acrescentando que o que existe "não é digno".

Moedas promete "lutar" por uma política de imigração "digna" depois de ter sido atropelado pelas declarações de Marcelo em Belém, com o Presidente da República a avisar que é "fácil ir atrás das emoções" no tema da imigração, alertando que declarações emocionais "correm o risco de serem irracionais" e de se tornarem populistas.

O autarca de Lisboa insiste que é preciso mudar a política de imigração, considerando que este é "um desafio para todos", anunciando que pediu aos vereadores que "reunissem o mais rapidamente possível" com o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras para "trabalhar em conjunto com soluções, entre todos".

Ao mesmo tempo, o autarca deixou "obviamente, um pedido e um apelo" a todos os presidentes de junta, considerando que estes "são essenciais no papel que têm de proximidade junto de todas estas comunidades". E aqui reforçou a ideia de que essas "comunidades" imigrantes "são benvindas, são lisboetas" prometando lutar "por elas, mas com dignidade".