O ataque ucraniano com drones aquáticos contra um porto russo, na madrugada desta sexta-feira, causou danos a um navio de assalto anfíbio, segundo fontes dos serviços de segurança de Kyiv, que contrariam a versão russa sobre ter frustrado a investida.
"A operação especial foi realizada em conjunto com a Marinha ucraniana. Como resultado do ataque, o navio Olenogorsky Gornyak ficou com uma grande fenda e de momento não está em condições de realizar operações de combate", afirmaram as fontes dos serviços de segurança ucranianos, citadas pela agência de notícias Interfax.
"Todas as declarações russas de que o ataque foi repelido são falsas", acrescentou a mesma fonte.
De acordo com a informação enviada à Interfax, num vídeo que circula nas redes sociais, que alegadamente mostra o ataque, é possível ver um drone [embacação não tripulada] aquático de superfície ucraniano embater contra o navio russo, que tinha a bordo 100 militares russos.
O drone estaria carregado com 450 quilos de explosivos TNT.
Esta não é a primeira operação com drones aquáticos reivindicada pelos serviços de segurança ucranianos, que já assumiram a responsabilidade pelos ataques à baía de Sebastopol no ano passado e pela explosão da ponte da Crimeia.
O Ministério da Defesa da Rússia afirmou hoje ter frustrado o ataque noturno à base naval da cidade de Novorossiysk, onde se situa um dos principais portos russos do Mar Negro.
As duas embarcações não tripuladas", que "foram detetadas e destruídas por navios russos que guardavam a área fora da base naval", lê-se num comunicado do ministério, publicado na plataforma de mensagens Telegram.
Esta semana, as autoridades russas deram conta de várias tentativas de ataques a navios civis e navais na zona do Mar Negro, onde os ataques aumentaram desde que a Rússia decidiu retirar-se do acordo ucraniano de exportação de cereais, a 17 de julho, acusando a Ucrânia de não cumprir a sua parte no plano.
Tanto Kyiv como Moscovo anunciaram, após a rutura do acordo, alcançado pela primeira vez em julho de 2022, que todos os navios que navegam nas águas do Mar Negro serão considerados transportes de carga militar.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou, de acordo com os mais recentes dados da ONU, a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa - justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.