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As autoridades de São Paulo, o estado mais populoso do Brasil, pretendem iniciar a vacinação em massa contra a Covid-19, de forma gratuita, a 25 de janeiro, antecipando-se ao plano do Governo central.
“No estado de São Paulo, a vacinação contra o coronavírus está programada para começar no dia 25 de janeiro de 2021. A fase 1, que começa no dia 25 de janeiro, aniversário da cidade de São Paulo, e estará destinada a profissionais de saúde e de pessoas com idade acima de 60 anos”, disse o governador de São Paulo, João Doria, numa conferência de imprensa, esta segunda-feira.
No estado brasileiro mais afetado pela pandemia, a primeira fase do plano depende, ainda, da aprovação da CoronaVac, a vacina desenvolvida na China, pela Agência de Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas prevê, desde já, a vacinação de nove milhões de pessoas, que incluem a população com idade superior a 60 anos, profissionais de saúde, 'quilombolas' (descendentes de antigos escravos africanos) e indígenas.
“A escolha levou em consideração a incidência de óbitos no estado de São Paulo, onde 77% das mortes foi concentrada em pessoas acima de 60 anos. Além disso, serão imunizados também os profissionais de saúde”, justificou o governador.
O governo de São Paulo informou que disponibilizará a outros estados do Brasil quatro milhões de doses da 'CoronaVac' a partir do dia 25 de janeiro.
“O objetivo é que os estados que solicitarem a vacina possam iniciar a vacinação dos profissionais da área da saúde da forma mais rápida possível, reconhecendo o sacrifício daqueles que arriscam as suas vidas todos os dias para salvarem vidas”, disse Doria.
A primeira fase do plano de imunização do governo regional de São Paulo será executada em 10 mil postos de vacinação, incluindo 5.200 postos de saúde do estado e outros espaços que serão usados para o atendimento da população.
A logística total de distribuição da vacina deverá custar 100 milhões de reais (16,2 milhões de euros), segundo o governo ‘paulista’.
A campanha contará com uma estrutura que envolverá 54 mil profissionais de saúde e 25 mil agentes de segurança, entre polícias militares, polícias civis e guardas dos municípios, durante todo o período de vacinação.
“Não estamos virando as costas para o plano nacional de vacinação, mas precisamos ser mais ágeis por isto estamos nos antecipando. Por que iniciar a vacinação em março se podemos fazer isto em janeiro?”, questionou Doria ao comentar os planos do Ministério da Saúde do país, que prevê o início da vacinação contra a Covid-19 em março quando o imunizante desenvolvido pela Universidade de Oxford e o laboratório AstraZeneca estiver, em princípio, disponível.
“Neste momento a união de todos deve se sobrepor à guerra ideológica”, frisou Doria.
O governador ‘paulista' lembrou que “600 pessoas perdem as suas vidas todos os dias no Brasil".
"Esta é uma realidade que não pode ser ignorada. A realidade que não pode ser adiada”, sublinhou.
O Brasil é o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, ao contabilizar o segundo maior número de mortos (mais de 6,6 milhões de casos e 176.941 óbitos), a seguir aos Estados Unidos.
A pandemia da Covid-19 provocou pelo menos 1.535.987 mortos resultantes de mais de 67 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.