A defensora dos direitos das mulheres e membro da equipa de negociações afegã que irá encetar conversações com os talibãs, Fawzia Koofi, foi baleada, ficando ferida perto de Cabul, anunciaram este sábado as autoridades.
“Homens armados abriram fogo contra Koofi e a sua irmã na sexta-feira na província de Parwan, junto da capital”, disse Tariq Arian, porta-voz do Ministério do Interior, à agência France-Press (AFP).
Os talibãs já negaram estar por detrás do ataque.
“O ataque aconteceu quando as duas mulheres saíram do carro para fazer compras, depois de apresentarem condolências a uma família”, explicou, acrescentando que um carro “as bloqueou, abrindo fogo contra elas”.
“Koofi foi baleada na mão direita, encontrando-se em condição estável", disse Arian.
De acordo com o negociador-chefe da equipa de negociação afegã, Mohammad Masoom Stanekzai, encontra-se já em andamento uma investigação sobre a autoria do ataque, que até ao momento nenhum grupo ainda reclamou.
O presidente afegão Ashraf Ghani já condenou o ataque, classificando-o de "covarde", de acordo com um tweet de seu porta-voz Sediq Sediqqi.
Abdullah Abdullah, o funcionário do Governo responsável pelas negociações com o Taleban, pediu às autoridades afegãs que "levem à justiça aqueles que cometeram este crime".
O chefe da Comissão Independente de Direitos Humanos no Afeganistão, Shaharzad Akbar, disse no Twitter que "a recente série de ataques direcionados a pessoas específicas pode ter um impacto negativo no processo de paz".
Nos últimos meses, muitos ativistas de direitos humanos e promotores foram baleados em Cabul.
Fawzia Koofi, reconhecida defensora dos direitos das mulheres afegãs, já havia sobrevivido a uma tentativa anterior de assassinato em 2010, quando homens armados a alvejaram quando regressava a Cabul após uma cerimónia por ocasião do Dia da mulher.