Marcelo “muito feliz” com novo debate sobre financiamento dos partidos
02-03-2018 - 17:40

Presidente da República, que vetou a primeira versão do diploma, diz que os partidos fizeram o que era fundamental: discutir do assunto.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, declara-se muito feliz com a discussão no Parlamento sobre a lei de financiamento dos partidos.

Marcelo Rebelo de Sousa, que vetou a primeira versão do diploma, diz que os partidos fizeram o que era fundamental, que era a discussão do assunto.

“Sinto-me muito feliz porque foi feito aquilo que era fundamental e que eu queria com o veto, que era uma nova discussão, um debate alargado, razões aprofundadas. Se a isso acrescer quem em pontos importantes houve o repensar do diploma, então quer dizer que os partidos fizeram um esforço para ir ao encontro de motivações positivas, não para o Presidente, mas para os portugueses, em geral. Vamos esperar pelo texto, demora sempre umas semanas, mas o facto de ter havido uma discussão alargada e uma explicação satisfaz-me muito”, afirma Marcelo.

Perante a insistência dos jornalistas sobre a manutenção no essencial do diploma, o Presidente esclareceu que o veto não significa a tentativa de imposição da sua opinião. Ainda assim, Marcelo Rebelo de Sousa diz que os partidos foram ao encontro das suas preocupações.

O chefe de Estado falava aos jornalistas, no Porto, no final da visita oficial de dois do Presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier.

Marcelo Rebelo de Sousa tinha vetado o diploma e enviado algumas recomendações ao Parlamento.

O Parlamento decidiu esta sexta-feira manter a angariação de fundos sem limites, mas recuou no IVA.

As alterações à lei do financiamento dos partidos aprovadas esta sexta-feira mantêm a porta aberta a actividades como financiamento ilegal e branqueamento de capitais e são uma "provocação ao Presidente da República", alerta o presidente da Associação Transparência e Integridade.

Em declarações à Renascença, João Paulo Batalha fala numa lei com "o pior de dois mundos", que vai permitir aos partidos “receberem dinheiro privado sem qualquer limite”.