A Alemanha vai enviar um sistema de defesa antiaérea Patriot "adicional" à Ucrânia para ajudar a proteger-se face ao "aumento dos ataques aéreos russos", anunciou este sábado o Governo alemão, tendo o Presidente ucraniano já agradecido.
"Devido ao aumento dos ataques aéreos russos contra a Ucrânia, o governo alemão decidiu reforçar ainda mais a defesa aérea ucraniana" com o envio de um "sistema Patriot adicional", informou o Ministério da Defesa da Alemanha, em comunicado, referindo que a transferência deste sistema começa imediatamente.
Em resposta a este anúncio, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, agradeceu à Alemanha pela "verdadeira demonstração de apoio à Ucrânia num momento crítico" para o país, apelando aos seus aliados para que façam o mesmo.
"Sou grato ao chanceler (alemão Olaf Scholz) pela decisão de fornecer um sistema adicional de defesa aérea Patriot à Ucrânia e mísseis" para os sistemas existentes, escreveu Volodymyr Zelensky, na rede social Telegram.
Ao anunciar a decisão do Governo alemão, o ministro da Defesa, Boris Pistorius, disse que "o terror russo contra as cidades ucranianas e a infraestrutura do país está a causar um sofrimento imensurável".
"Isso põe em perigo o fornecimento de energia à população e destrói a prontidão operacional das forças armadas ucranianas", apontou o ministro alemão.
Este é o terceiro sistema Patriot que Berlim fornece a Kiev. O Ministério da Defesa alemão esclareceu que este carregamento foi feito "a pedido do Governo ucraniano" e em coordenação com os seus aliados.
Este anúncio surge num momento em que o exército ucraniano enfrenta dificuldades no campo de batalha, prejudicado pela falta de ajuda externa, tropas e munições.
A Rússia intensificou os seus ataques aéreos contra a Ucrânia. Na quinta-feira, Moscovo bombardeou instalações energéticas no país, destruindo uma central elétrica na região de Kiev.
Após a eclosão da guerra na Ucrânia em fevereiro de 2022, a Alemanha abandonou a sua postura tradicionalmente pacifista e tornou-se o segundo maior fornecedor de ajuda militar à Ucrânia, a seguir aos Estados Unidos.
Há meses que Kiev tem pedido aos seus aliados ocidentais mais munições e sistemas de defesa aérea, mas a ajuda está a esgotar-se devido a bloqueios políticos em Washington, forçando os soldados ucranianos a poupar as suas munições.
Além dos sistemas Patriot, Berlim forneceu uma ampla gama de outros armamentos, desde artilharia até veículos blindados de combate. No entanto, o chanceler alemão Olaf Scholz tem sido criticado nos últimos meses por se recusar a autorizar o fornecimento de mísseis Taurus de longo alcance. A Alemanha teme que estes mísseis possam ser usados para atingir alvos dentro da Rússia.