Arquidiocese de Évora propõe vivência da Quaresma em comunhão com cristãos da Síria
12-02-2018 - 11:02
 • Rosário Silva

“Partilhemos generosamente com os nossos irmãos os dons espirituais pela oração e os dons materiais pela renúncia voluntária e pela esmola”, pede D. José Alves.

O arcebispo de Évora, D. José Alves, convida os diocesanos “à vivência da Quaresma”, através da “leitura da Palavra e à oração”, se possível “abstendo-vos de alguns bens materiais”, fortificando “os laços de amor com os necessitados”, através da “partilha de bens materiais, intelectuais e espirituais”.

O convite consta da mensagem da arquidiocese para a Quaresma, que tem um objetivo bem definido: “Em concreto, faço-vos um veemente apelo a favor dos cristãos da Síria”, escreve D. José, lembrando a situação de um “país onde a guerra civil persiste há oito anos e já provocou quatrocentos mil mortos, cinco milhões de refugiados e oito milhões de deslocados.”

O prelado considera a situação na Síria “uma autêntica calamidade de contornos indefinidos e com tendência a agravar-se”, por isso desafia os cristãos da diocese que que partilhem “generosamente com os nossos irmãos os dons espirituais pela oração e os dons materiais pela renúncia voluntária e pela esmola.”

À semelhança de anos anteriores, cabe à Caritas Diocesana a divulgação pelas paróquias da arquidiocese este apelo e os envelopes para recolha da renúncia que “cada um entender por bem fazer em favor dos nossos irmãos da Síria.”

Combate ao "resfriamento do amor”

Na sua mensagem, D. José sublinha a importância do tempo quaresmal como sendo “uma ocasião excelente para nos precavermos contra o resfriamento do amor”, ajudando a descobrir “o sentido da nossa vida à luz da Palavra de Deus” e apontando “meios para nos purificarmos dos males que inquinam a nossa vida.”

O apelo à oração que “ilumina e aquece, incentiva e orienta”, e ao jejum como “renúncia aos interesses pessoais, ao egoísmo, para pensarmos no bem dos outros”, são orientações que o prelado expõe aos diocesanos.

“Aquilo que a mim me sobra pertence aos outros, que se encontram em situações de carência ou passam por dificuldades a que eu fui poupado”, lembra o prelado, “mesmo que não vivam à minha porta, são da minha raça, são seres humanos como eu, são filhos do mesmo Pai do Céu". São premissas, sustenta que se devem traduzir “não apenas em sentimentos ou palavras”, mas “em atos concretos”.