O ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble, vai deixar o cargo depois de oito anos para assumir a presidência do Parlamento federal, o Bundestag, noticia a imprensa alemã.
Schäuble, um "peso pesado" da União Democrata-Cristã (CDU) e dos dois últimos governos da chanceler Angela Merkel, vai ser proposto pelo líder parlamentar dos conservadores, Volker Kauder, e pelo líder parlamentar da União Social-Cristã bávara (CSU), Alexander Dobrindt.
Os dois partidos, aliados tradicionais que integram o mesmo grupo parlamentar, deverão formalizar a proposta a 17 de Outubro, segundo o diário Bild e a revista Der Spiegel.
Pela primeira vez desde o fim da II Guerra Mundial, o Parlamento federal eleito nas legislativas de domingo integra um partido de extrema-direita. Trata-se da Alternativa para a Alemanha (AfD), que obteve 12,6% dos votos.
Schäuble, 75 anos, pertenceu a vários governos, tanto de Helmut Kohl como de Merkel, e representa a ala mais conservadora da CDU, que venceu as legislativas com 32,9% dos votos, o segundo pior resultado do partido desde 1949.
A sua saída do Governo foi crescentemente referida nos últimos dias, dada a fraca prestação eleitoral do partido e as difíceis negociações que se aproximam para a formação de uma coligação entre a CDU/CSU, o Partido Liberal da Alemanha (FDP) e os Verdes.
Rosto, na Alemanha, do rigor orçamental, Schäuble é visto por muitos na União Europeia (UE) como figura emblemática da ortodoxia e inflexibilidade de Berlim em matéria de finanças públicas.