O Papa Francisco elogia a forma como a Igreja Católica portuguesa está a lidar com o flagelo dos abusos sexuais.
Em declarações aos jornalistas na viagem de regresso a Roma, após visita de cinco dias a Portugal para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), Francisco sublinha que o processo está a ser conduzido com “serenidade”, na sequência da comissão independente que recebeu denúncias referentes às últimas décadas.
“Como vai este processo na Igreja portuguesa? Vai bem. Vai bem e com serenidade. Procura-se ter seriedade com os casos dos abusados. Às vezes, os números são empolgados por comentários que sempre nos custa. Mas na realidade estão a fazer bem, o que me dá uma certa tranquilidade.”
Francisco recorda que conversou em Lisboa com um grupo de vítimas sobre a “peste dos abusos” e reforça a ideia de “tolerância zero”.
“Como sabem, de maneira muito reservada, recebi um grupo de pessoas que foram abusadas. Como sempre faço nestes casos, conversamos sobre esta peste, esta tremenda peste. Tolerância zero! E os pastores que, de algum modo, não o fizeram, há que responsabilizá-los”, declarou o Sumo Pontífice.
O Papa Francisco recebeu na passada quarta-feira, na Nunciatura Apostólica, em Lisboa, um grupo de 13 vítimas de abusos na Igreja. "O encontro decorreu num clima de escuta intensa ", disse o Vaticano, em comunicado.
Nestas declarações aos jornalistas no regresso de Portugal, o Papa também deixou rasgados elogios à forma como decorreu a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que terminou este domingo.
“Calculou-se entre um milhão e quatrocentos e um milhão e seiscentos. São os dados do Governo. Uma quantidade impressionante e muito bem preparada. É a JMJ que vi melhor preparada. E os jovens são uma surpresa. Para mim, foi belíssima. Antes de apanhar o avião, estive com os voluntários: 25 mil voluntários! Havia uma mística, um compromisso verdadeiramente belo”, declarou Francisco.