O presidente da comunidade ucraniana em Portugal disse hoje ter sido informado, pelo embaixador do Brasil em Lisboa e pelo ministro brasileiro Márcio Macêdo, que um alto representante do Governo brasileiro vai "em breve" visitar a Ucrânia.
"O ministro [da Secretaria Geral da Presidência brasileira, Márcio Macêdo] disse que um alto representante do Brasil (...) vai em breve visitar a Ucrânia, onde vai encontrar-se com altos representantes para ver a situação na Ucrânia", disse à Lusa o presidente da comunidade, Pavlo Sadoka, após ter sido recebido na embaixada para entregar uma carta aberta motivada pelas declarações do Presidente brasileiro sobre a invasão russa da Ucrânia.
"Acreditamos que esta vinda à Ucrânia pode ajudar a perceber o que os russos estão a fazer na Ucrânia (..) e explicar ao presidente do Brasil que a paz só se consegue quando as tropas russas saírem da Ucrânia", adiantou.
Pavlo Sadoka destacou que a comitiva, hoje recebida na embaixada, foi "positivamente surpreendida pelo convite" da deslocação de um alto representante do Brasil à Ucrânia, considerando que "isso significa que o presidente Lula quer dialogar, o que é muito bem aceite".
O encontro em frente à embaixada reuniu cerca de meia centena de ucranianos que vivem em Portugal, que erguiam bandeiras nacionais e cartazes com fotografias de mortos da guerra no país, com dizeres como "obrigado Portugal" ou "a Rússia é um país terrorista", acompanhados de músicas ucranianas.
A comitiva recebida na embaixada esteve quase uma hora em reunião e, segundo o presidente da comunidade, conseguiu cumprir o objetivo de "mostrar a posição" dos ucranianos, em relação às declarações de Lula, e reforçar que a guerra só pode terminar depois de as tropas russas saírem do território ucraniano.
"Não acreditamos que Putin pode terminar esta guerra", disse Pavlo Sadoka, precisando que, tanto o embaixador como o ministro explicaram que o presidente brasileiro "está a procurar uma formula de paz, para acabar esta guerra", e a comunidade ucraniana diz disse que agradece.
"O povo ucraniano escolheu o seu destino democrático e vamos continuar a lutar por isso", concluiu.