O líder é o mesmo, a direção é de continuidade, mas André Ventura, reeleito presidente do Chega no sábado, diz que o partido, amadureceu este fim de semana.
Em declarações à Renascença, no Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas (CNEMA), em Santarém, onde termina, este domingo, a V Convenção Nacional do Chega, André Ventura afirmou que o partido está a dar "um sinal de maturidade política" e que as suas propostas para a Direção Nacional são "uma decisão de continuidade".
"Sai daqui um Chega para o Governo. Sai daqui um Chega que não terá, provavelmente - esperamos -, nenhum congresso antes das próximas eleições legislativas", afirma, reiterando que "há um grande amadurecimento político" e "um grande amadurecimento institucional".
Sem oposição interna, as criticas foram para o Governo e para o PSD que já devia ter pedido eleições.
Quanto aos órgãos nacionais, que serão hoje eleitos, e para os quais há listas únicas, à exceção do Conselho Nacional, o presidente do Chega disse esperar uma "demonstração de unidade e de institucionalização".
Sobre a presença do vice-presidente do PSD Miguel Pinto Luz no encerramento da convenção, considerou que representa "um sinal de reconhecimento da inevitabilidade que hoje o panorama político à direita traz", antecipando que "a construir uma alternativa terá de ser com o Chega".
"O PSD percebeu isso e traz aqui figuras de peso, inclusive Miguel Pinto Luz, que tem dito sempre que não há essas linhas vermelhas", disse.
Ventura voltou ainda a recusar "geringonças de direita" e salientou que "correu tudo mal nos Açores em termos de acordo parlamentar".
"À direita só há duas hipóteses: ou há Governo com o Chega ou, não havendo, terá de haver Governo sem o apoio do Chega".
Ventura acredita mesmo que vai conseguir uma alternativa à direita para formar Governo.
A V Convenção Nacional do Chega termina este domingo com a eleição dos órgãos nacionais, depois de o presidente do partido ter sido reeleito com 98,3% dos votos.