A área do palácio presidencial e o comando geral do exército sudanês, em Cartum, foram palco de explosões e tiros, esta terça-feira, logo após a entrada em vigor das tréguas de 24 horas propostas pelos Estados Unidos, segundo testemunhas oculares.
Numa declaração, o grupo paramilitar sudanês Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês) acusou o exército sudanês de violar a trégua com a qual ambas as partes tinham concordado.
Esta era a primeira trégua acordada desde o início dos combates no passado dia 15 de abril e estava previsto entrar em vigor às 17h00 depois de o exército sudanês e as RSF terem chegado a um acordo proposto pelos Estados Unidos.
A trégua foi alcançada após quatro dias de intensos combates que provocaram a morte de pelo menos 270 civis mais de 2.000 feridos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), citando o centro de operações de emergência do Ministério da Saúde sudanês.
Os confrontos começaram no sábado entre as forças armadas, comandadas pelo líder de facto do país desde o golpe de Estado de outubro de 2021, o general Abdel Fattah al-Burhan, e as RSF, chefiadas pelo general Mohamed Hamdane Daglo, conhecido como "Hemedti", que orquestraram em conjunto o golpe de 2021, mas que se tornaram entretanto inimigos.
Apesar dos apelos feitos na reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros do G7 no Japão, da ONU e dos EUA "para pôr fim imediato à violência", os combates continuavam na capital sudanesa.
Segundo meios de comunicação árabes, as duas partes acordaram um cessar-fogo de 24 horas, a começar ao final da tarde desta terça-feira.
A violência levou milhares de pessoas a permanecerem nas suas casas ou em abrigos, com os mantimentos a esgotarem-se e vários hospitais a encerrarem os serviços.