O défice orçamental foi de 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro semestre deste ano, uma diminuição face aos 3,1% registados no período homólogo, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE).
"No conjunto do primeiro semestre de 2017, o saldo global das Administrações Públicas fixou-se em -1.794,4 milhões de euros, correspondendo a -1,9% do PIB (-3,1% do PIB em igual período do ano passado)", divulgou esta sexta-feira o INE.
O défice orçamental dos primeiros seis meses revela também uma ligeira melhoria face ao primeiro trimestre do ano, quando representou 2% do PIB, mas fica aquém da meta do Governo para o conjunto do ano: obter um défice de 1,5% do PIB.
O valor do défice das Administrações Públicas divulgado hoje pelo INE não inclui o efeito da Caixa Geral de Depósitos (CGD), sendo que o INE recorda apenas, tal como tinha feito no primeiro trimestre, que o valor total da recapitalização atingirá 4.874 milhões de euros (4.444 milhões de euros já realizados no primeiro trimestre de 2017) dos quais 3.944 milhões de euros foram suportados pelo Estado Português (o que corresponde a cerca de 2,1% do PIB).
"Tendo em consideração a complexidade desta operação, o INE continua envolvido num processo de diálogo e de troca de informações com a Comissão Europeia (Eurostat) sobre o seu registo em contas nacionais. Este processo terá como limite temporal Março de 2018, quando o INE transmitir a primeira notificação do Procedimento dos Défices Excessivos [PDE] relativa a 2017", afirma a autoridade estatística portuguesa.
O INE voltou a rever em alta o crescimento económico do segundo trimestre deste ano, de 2,9% para 3%, menos de um mês depois da primeira revisão.
Com a divulgação das Contas Nacionais Trimestrais, o INE actualizou a sua base de dados, melhorando o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre, de 2,9% para 3%, o que revela que a economia portuguesa está em aceleração.
Esta é a segunda revisão em alta do PIB do segundo trimestre feita pelo INE: em 31 de Agosto, a autoridade estatística disse que a economia tinha crescido 2,9% entre Abril e Junho, acima dos 2,8% divulgados na estimativa rápida de 15 dias antes.
A estimativa oficial mais recente do Governo aponta para um crescimento da economia de 1,8% este ano, depois de ter crescido 1,4% em 2016. No entanto, o ministro das Finanças já admitiu, em entrevista à Reuters, um crescimento superior a 3% entre Abril e Junho deste ano, o que resultará num crescimento anual de mais de 2%.
[Notícia actualizada às 14h26 com dados sobre a revisão do crescimento económico]