Depois da Grécia e antes de Portugal, a Catalunha vai a votos no próximo domingo. Não será formalmente um referendo sobre a eventual independência catalã, algo que a Constituição espanhola não permite. Trata-se de eleições autonómicas, antecipadas, que os partidos pró-independência - se obtiverem a maioria - se propõem aproveitar para lançar, em força, o seu projecto independentista.
O risco maior está na possibilidade de quebra total do diálogo entre as autoridades da Catalunha e o governo central do Estado espanhol, em Madrid. O extremar de posições arrisca-se a provocar a maior crise constitucional da história do Estado espanhol, que é um Estado multinacional. Seria mau para Portugal e nada bom para a União Europeia.
Se for evitado um rompimento radical entre Barcelona e Madrid, talvez seja possível que o governo espanhol que emergir das eleições gerais em Novembro e os políticos da Catalunha acabem por se entender em 2016 sobre qualquer coisa do tipo Estado federal em Espanha (como o alemão, por exemplo), que afaste de vez a ameaça independentista. Oxalá.