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Portugal limita a administração da vacina Janssen, da farmacêutica Johnson & Johnson, a pessoas com mais de 50 anos. A informação foi avançada nesta sexta-feira pelo secretário de Estado da Saúde, durante uma visita ao Centro Hospitalar do Oeste, nas Caldas da Rainha.
"Estes planos são ajustáveis e têm sempre uma adaptação permanente, progressiva, àquilo que a Ciência nos vai dando", acrescentou António Lacerda Sales, ressalvando que a Direção-Geral da Saúde já publicou a norma e que a vacina irá começar agora a ser administrada.
A DGS já confirmou a decisão à Renascença.
Segundo o secretário de Estado da Saúde, as autoridades estão a seguir "as recomendações internacionais", em articulação com outros países da Europa, e reforçou que, se necessário, "serão feitos ajustes dentro de algum tempo".
A norma sobre a vacina da Johnson & Johnson (Janssen) era esperada há alguns dias, depois de, em 21 de abril, a ministra da Saúde ter afirmado que aguardava um parecer "mais refinado" sobre a toma desta vacina, que terá provocado episódios de coágulos sanguíneso raros em algumas pessoas.
Portugal tem 31 mil doses da vacina da Janssen contra a Covid-19. Depois de ter sido suspensa pelo facto de ter provocado a morte a oito pessoas nos Estados Unidos, o medicamento voltou a ser administrado e, na Europa, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês) anunciou que a vacina continuava a ser segura.
O comité de segurança do regulador europeu disse ter encontrado uma "ligação a casos muito raros de coágulos de sangue invulgares com plaquetas sanguíneas baixas, mas confirma que o risco-benefício global permanece positivo”.
A bula deve, contudo, incluir "um aviso sobre coágulos de sangue invulgares com plaquetas sanguíneas baixas; os coágulos devem ser “listados como efeitos secundários muito raros da vacina”, refere o regulador.
Vacinação a decorrer bem para alcançar imunidade
“Tem decorrido muito bem o processo de vacinação”, afirmou nesta sexta-feira o secretário de Estado da Saúde, considerando que, se assim continuar, poderemos “chegar ao final do verão com a imunização de grupo e retomar, de alguma forma, a normalidade”.
De visita ao Centro Hospitalar do Oeste, nas Caldas da Rainha, António Lacerda Sales disse aos jornalistas que o auto-agendamento da vacina “tem tido muita solicitação”.
“As pessoas têm demonstrado confiança na vacinação” e há mesmo alguma ansiedade por se vacinarem, avançou.
“As pessoas têm-se mostrado entusiasmadas com o auto-agendamento” e algumas “até comparecem nos centros de vacinação meia hora ou uma hora antes”, tendo sido já criadas salas especiais para poderem aguardar e ficar menos ansiosas. É a chamada “salas dos ansiosos”, afirmou o governante, satisfeito com a adesão.
“É muito bom. Quer dizer que as pessoas têm muita confiança na vacinação”, considerou.
Questionado sobre o novo hospital do Oeste, Lacerda Sales diz que o plano está ainda na “dimensão técnica”.
“Neste momento, a decisão não é política, mas técnica e é essa que é importante consolidar para se passar à decisão política”, disse.
Mas, há vontade política?, perguntaram-lhe. O secretário de Estado foi mais evasivo, afirmando que “temos de gerir sempre os recursos dos portugueses”.
“Há vontade política, de acordo com o que são os nossos recursos”, voltou a dizer, para reforçar a necessidade de “deixar primeiro evoluir o que são os estudos técnicos”.