A 20 de julho deste ano, o então primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, terminou a sua última sessão semanal de perguntas e respostas no Parlamento com a conhecida citação de Arnold Schwarzenegger no filme “Exterminador Implacável 2 - O Dia do Julgamento”: "Hasta la vista baby".
Exatamente, três meses depois, com a demissão de Liz Truss do cargo de primeira-ministra, pode Boris Johnson estar a preparar-se para regressar à cena política?
Os especialistas acreditam que sim. Segundo o editor de Política do The Times, Steven Swinford, Johnson deverá candidatar-se à liderança do partido, na expetativa de poder regressar ao cargo de primeiro-ministro.
Boris estará mesmo a efetuar auscultações nesse sentido, refere o jornalista que, acredita, o seu regresso é “uma questão de interesse nacional”.
O alvoroço voltou a tomar conta dos conservadores, com vários deputados a defenderem o regresso do antigo primeiro-ministro.
Uma corrida contra o tempo, já que o sucessor de Liz Truss na liderança do Partido Conservador e do Governo britânico deverá ser conhecido até 28 de outubro, anunciou o responsável pela eleição interna, Graham Brady.
Além de Boris Johnson, entre os possíveis candidatos estão o antigo ministro das Finanças Rishi Sunak e Penny Mordaunt, antiga ministra da Defesa, indica a agência Reuters.
"Falei com o presidente do partido, Jake Berry, e ele confirmou que será possível realizar uma votação e concluir a eleição sobre a liderança até sexta-feira, 28 de outubro", disse o presidente do chamado Comité 1922, conselho dos deputados conservadores que organiza as eleições para a liderança dos "tories".
O objetivo, acrescentou, é "ter um novo líder a postos antes da declaração fiscal que terá lugar a 31 de outubro".
Brady disse que pretende dar mais detalhes sobre o processo ainda nesta tarde quinta-feira, indicando que os militantes serão consultados se existirem pelo menos dois candidatos finalistas, mas que o processo pode ser encurtado se houver consenso sobre um nome.
A primeira-ministra britânica, Liz Truss, anunciou esta quinta-feira a sua demissão numa declaração à porta da residência oficial de Downing Street, em Londres.
"Reconheço que, dada a situação, não posso cumprir o mandato para o qual fui eleita pelo Partido Conservador. Por conseguinte, falei com Sua Majestade o Rei para o notificar de que me demito como líder do Partido Conservador", disse.
Truss mantém-se em funções como primeira-ministra até ser escolhido um sucessor na liderança do partido, que será indigitado pelo Rei Carlos III chefe do Governo, pois os conservadores mantêm uma maioria absoluta no parlamento.
Truss, de 47 anos, foi declarada líder dos "tories" a 5 de setembro com 57% dos votos, derrotando o ex-ministro das Finanças Rishi Sunak na eleição interna para substituir o então líder demissionário Boris Johnson, processo que se prolongou por oito semanas.