Lista de compras para comer bem durante isolamento? Manual da DGS ajuda
21-03-2020 - 21:38
 • Renascença com Lusa

Direção-Geral da Saúde esclarece dúvidas sobre alimentação e dá dicas para o consumo, planeamento e compra de alimentos face à pandemia de coronavírus.

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A Direção-Geral da Saúde (DGS) lançou esta semana um manual que, além de reforçar a importância das “boas práticas de higiene e segurança” para prevenir a covid-19, sugere várias orientações para o consumo, planeamento e compra de alimentos.

“Não existe propriamente uma relação entre a doença Covid-19 e a alimentação, contudo, há um conjunto de dúvidas que quer a população, quer os profissionais de saúde têm colocado relativamente à alimentação”, afirmou Maria João Gregório, diretora do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável da DGS.

Em declarações à Lusa, a responsável explicou que foi com o objetivo de responder a estas questões que decidiram lançar este manual de orientação para a área da alimentação.

Comer em tempo de isolamento e teletrabalho


Subdividido em temas, o documento, que esclarece não existe transmissão através dos alimentos, sugere orientações para o planeamento e a compra de alimentos e seis passos para uma alimentação saudável em tempos de Covid-19 e de isolamento e teletrabalho.

  • Coma mais fruta e hortícolas.
  • Beba pelo menos oito copos de água ao longo do dia
  • Aposte no feijão, grão e ervilhas
  • Mantenha a rotina das refeições diárias e evite o excesso de sal e de açúcar
  • Aproveite para confecionar refeições saudáveis em família
  • Faça uma alimentação completa, variada e equilibrada, seguindo os princípios da Roda dos Alimentos

De acordo com Maria João Gregório, a evidência científica indica que os alimentos “não são uma via de transmissão”, mas que são necessários reforços nas “boas práticas de higiene e de segurança”, especialmente no momento da compra dos alimentos.

“Não vamos ficar fechados em casa, portanto não temos de ter uma preocupação acrescida em fazer a compra de muitos alimentos e açambarcar, mas temos de modificar o nosso comportamento na compra”, afirmou, adiantando que o manual recomenda a redução “da frequência da ida às compras e um maior planeamento”.

“No momento da compra, devemos assegurar e ter em consideração algumas medidas de segurança, nomeadamente, etiqueta respiratória, cumprir as distâncias de segurança e evitar o manuseamento excessivo de alimentos. É isso que reforçamos neste manual”, referiu.

Nesse sentido, o manual sugere o cumprimento da lista de compras, a escolha de produtos e alimentos com um prazo de validade mais longo e a compra de produtos frescos.

Além destas medidas, o documento propõe ainda um ‘kit’, isto é, indica os alimentos e quantidades que são necessárias para assegurar a alimentação durante um período de 15 dias. Os alimentos seguem as orientações da roda dos alimentos e a quantidade é deixada à consideração da população, uma vez que depende da “capacidade de armazenamento” de cada família.



Como reforçar a imunidade? E o leite materno? Dúvidas esclarecidas

Além destas orientações, o documento esclarece também se a alimentação pode reforçar o sistema imunitário e a questão do aleitamento materno.

Segundo Maria João Gregório, são várias as dúvidas que têm surgido quanto à importância da alimentação, especialmente, porque também tem existido “alguma desinformação”.

“Não podemos deixar de nos focar nas medidas que são importantes para prevenirmos a propagação deste vírus e da doença covid-19”, afirmou a diretora, adiantando que as práticas de higiene “continuam a ser a melhor forma de prevenir a doença”.

Quanto ao aleitamento materno, face ao surto de Covid-19, a responsável adiantou que, apesar de ser “pouca a evidência científica”, um estudo realizado a nove mães aponta que “o leite materno não é uma via de transmissão”.

“A experiência que temos relativamente a outros vírus respiratórios também apontam nesse sentido, mas a verdade é que existe no momento da amamentação uma proximidade que pode colocar aqui alguns riscos. É necessário, mais uma vez, reforçar todas as precauções para que esta relação próxima possa acontecer com a maior das seguranças e as mães terão, naturalmente, de ser informadas sobre os riscos e benefícios e tomar uma decisão informada”, reforçou.

Nesse sentido, o documento sugere, por exemplo, a lavagem das mãos antes e depois de cada mamada, a utilização de uma máscara durante a amamentação e a desinfetação dos objetos e superfícies usados frequentemente.

O manual aborda ainda o estado nutricional dos idosos, que, tratando-se de um grupo de risco, são aconselhados a adotar “medidas” para reduzir o risco de contaminação.

“Sabemos que o estado nutricional dos idosos muita das vezes não é o mais adequado, portanto, neste manual colocamos um conjunto de orientações relativamente à sua alimentação”, concluiu Maria João Gregório.

Entre outras questões, o manual recomenda que este grupo etário, consuma duas a três porções de fruta por dia, que a sopa de hortícolas esteja presente nas duas refeições diárias e que devem consumir carne, pescado e ovos nas duas refeições.

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