Bloco. “No centro de todas estas polémicas está a senhora swap"
04-03-2016 - 13:06

Bloco de Esquerda quer alargar "período de nojo" para ex-governantes para seis anos e alargar a abrangência do regime de incompatibilidades. “Se a lei fosse diferente, hoje Maria Luís Albuquerque era impedida de exercer funções”, diz Pedro Filipe Soares.

O Bloco de Esquerda (BE) reagiu esta sexta-feira à notícia da condenação de quatro empresas públicas de transportes a pagar 1,8 mil milhões de euros ao Santander pela voz do líder parlamentar Pedro Filipe Soares. “No centro de todas estas polémicas está a ‘senhora swap’, Maria Luís Albuquerque”, criticou, referindo-se também à contratação da ex-ministra das finanças para a empresa Arrow Global.

O bloquista, que vinha apresentar uma iniciativa legislativa para a alteração no regime de incompatibilidades, sublinhou que se tivesse havido alteração da lei em 2013, como proposto pelo BE, “hoje seria inequívoco que qualquer membro do Governo não poderia no prazo de seis anos entrar no sector de onde tinha tutela”.

A ex-ministra das Finanças e actual deputada do PSD Maria Luís Albuquerque vai assumir, a partir de 7 de Março, um lugar na administração da Arrow Global, uma empresa britânica de gestão de dívida. A contratação já foi alvo de críticas de vários sectores, incluindo do PSD. A social-democrata Manuela Ferreira Leite considera que a ex-ministra das Finanças revelou “ausência total de bom senso” ao aceitar o convite para integrar a Arrow Global.

“A conclusão imediata é que se a lei fosse diferente, hoje Maria Luís Albuquerque era impedida de exercer as funções”, declarou Pedro Filipe Soares, acrescentando que “Pedro Passos Coelho não disse ainda uma única palavra” o que demonstra “o incómodo” do PSD com o caso.

“Já criticámos esta situação no passado. Absolveram Maria Luís Albuquerque de uma forma inaceitável. As pessoas agora sabem que quando vão pagar impostos, vão pagar os desmandos de PSD, CDS e Maria Luís Albuquerque", afirma o bloquista.