Um foguetão chinês desgovernado está prestes a reentrar na atmosfera terrestre e existem possibilidades de a estrutura resistir e acabar por embater em zonas habitadas.
Especialistas acusam a China de negligência por permitir que o foguetão “Grande Marcha” reentre na atmosfera sem que se saiba o que irá acontecer aos resquícios.
Estatisticamente o mais provável é que os detritos atinjam o mar, uma vez que este ocupa mais de 70% da superfície do planeta, mas uma situação semelhante em 2020, também causada por um foguetão Grande Marcha 5b chinês, causou danos em vários edifícios na Costa do Marfim.
“A maior parte ardeu, mas houve peças gigantes de metal que atingiram a superfície. Foi uma sorte ninguém se ter magoado”, diz Jonathan McDowell, do Centro de Astrofísica da Universidade de Harvard, que acusa as autoridades da China de “irresponsabilidade”.
“É muito negligente da parte da China. Quando temos coisas que pesam mais de dez toneladas, não as deixamos cair do céu de forma descontrolada, deliberadamente”, afirma, em declarações citadas pelo jornal britânico “Guardian”.
O foguetão em causa foi usado para transportar peças para o centro espacial Tianhe que a China está a construir e que deve estar finalizado em 2022.
Esta terça-feira o foguetão estava a orbitar a Terra a cerca de 27.600 quilómetros por hora, a uma altitude de mais de 300 quilómetros. As atuais previsões apontam para uma reentrada na atmosfera terrestre por volta do dia 10 de maio, com uma margem de erro de dois dias. O local de aterragem dos detritos, se os houver, é impossível de prever nesta altura, uma vez que a própria rota do foguetão pode sofrer alterações, mas a partir do momento em que entra em órbita deverá ser possível de calcular o ponto de impacto.
A rota atual do foguetão pode ser acompanhada online, aqui.