​“Refugiados não são casos, mas pessoas”. Patriarca pede “resposta imediata”
11-12-2015 - 16:10

D. Manuel Clemente conheceu oito refugiados acolhidos pelo Serviço Jesuíta aos Refugiados.

O acolhimento de refugiados e migrantes não deve ser reduzido a casos porque se trata de pessoas, defende o cardeal patriarca de Lisboa.

De visita às instalações do Serviço Jesuíta aos Refugiados, em Lisboa, D. Manuel Clemente manifestou preocupação com a falta de resposta no processo de recolocação dos refugiados, na Europa.

“Tem havido até da parte das entidades europeias alguma demora nisto. Há certamente questões de segurança, há coisas para resolver, mas temos de responder, porque estas pessoas não podem adiar as respostas de que precisam. São situações dramáticas, muitas vezes trágicas, precisam de reposta imediata”, declarou o patriarca.

D. Manuel Clemente defende uma actuação mais rápida, numa altura em que milhares de migrantes e refugiados continuam a chegar à Europa.

“Creio que instituições como o Serviço Jesuíta aos Refugiados e outras que estão no terreno, elas próprias, com a experiência que têm, alertam-nos a todos, porque às vezes reduzimos isto a casos e não são casos, são pessoas”, sublinhou.

O cardeal patriarca de Lisboa conheceu oito dos 15 refugiados acolhidos pelo Serviço Jesuíta aos Refugiados. Fazem parte dos cerca de 40 que chegaram no início de Novembro, no âmbito no processo de reinstalação do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).

Quanto aos que vão chegar a Portugal, através do plano de acolhimento europeu, continua sem se saber ao certo quando estarão cá, explicou o director-geral do Serviço Jesuíta aos Refugiados.

André Costa Jorge alerta também para a necessidade de mudar o plano e trabalhar mais na linha da frente, nos países de transição, para garantir a segurança na viagem dos refugiados e migrantes.