A associação ambientalista Zero, o MESA - Movimento Escolas Sem Amianto e a Fenprof lançam uma petição pública a exigir a remoção total do amianto nos estabelecimentos de ensino, traçando como objetivo a discussão do documento no Parlamento.
"O objetivo é a recolha de mais de 4.000 assinaturas para levar a petição a debate em plenário da Assembleia da República, esperando que dele resultem iniciativas parlamentares que contribuam para a resolução de um grave problema que se arrasta há anos", lê-se numa nota enviada à comunicação social.
A petição, que tem como primeiros subscritores Íria Roriz Madeira, membro da Zero, André Julião, coordenador do MESA, e Mário Nogueira, secretário-geral da Fenprof (Federação Nacional dos Professores), exige que sejam tomadas as medidas necessárias para impor ao Governo, "no respeito pela lei, pelo direito à informação dos cidadãos e ao seu bem-estar", a divulgação da lista atualizada de escolas públicas com presença de materiais contendo amianto, "não se cingindo esta às coberturas em fibrocimento".
No documento é também exigido que se estabeleça uma priorização e calendarização das intervenções nas escolas que contêm amianto, "disponibilizando informação atualizada publicamente, devendo esta ser passível de atualizações e consultas de forma prática, rápida e acessível".
"Está na hora de o Governo deixar de tratar o problema do amianto como um 'fait-divers' e dar-lhe a importância que merece, estabelecendo urgentemente uma lista de escolas a intervencionar e criando uma calendarização para essas intervenções", defende ainda André Julião, da MESA.
Íria Roriz Madeira, da Zero, destaca a necessidade de criar prioridades para as intervenções e estabelecer datas para as mesmas, alertando, contudo, que "a corrida à remoção não pode pôr em causa a boa remoção dos materiais contendo amianto no cumprimento dos procedimentos legais".
A petição estará disponível aqui e pode ser assinada mediante a introdução do nome completo e do número do cartão de cidadão do signatário.
O amianto foi um material muito utilizado na construção, estando atualmente proibido uma vez que a inalação dessas fibras - que podem ser libertadas quando as estruturas estão em mau estado de conservação ou são danificadas - podem provocar inúmeras doenças, entre as quais do foro oncológico.