Rastreio generalizado nos lares de idosos "não é uma emergência", afirma DGS
27-04-2020 - 14:27
 • Renascença

A diretora-geral da Saúde considera que a prioridade é testar todos os profissionais e utentes dos lares onde exista um caso suspeito de Covid-19.

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A realização de testes em lares de idosos obedece a um plano e não é uma emergência temporal, afirma a diretora-geral da Saúde. Em resposta à Renascença, Graça Freitas explica que a grande prioridade é testar os casos suspeitos, deixando para segundo plano o teste nos trabalhadores assintomáticos.

"A nossa grande prioridade é num lar onde exista uma pessoa suspeita. Serão feitos testes de imediato, quer nos profissionais, como nos residentes. Ao mesmo tempo, está a ser feito um rastreio nas pessoas assintomáticas, a começar pelos trabalhadores desses lares. Esse rastreio obedece a um plano, não é uma emergência em termos de tempo", afirmou.

Graça Freitas esclarece que os resultados desses testes "indicam que a taxa de pessoas assintomáticas, e que foi submetida a um rastreio, não tem permitido encontrar muitas situações", diz.

"Está a ser desenvolvido um plano nacional, cada região com a sua própria dinâmica e método. O Ministério da Saúde assegura as situações que se considera suspeitos. Temos duas situações neste momento em vigor: uma de triagem e outra de diagnóstico", termina.

Nas últimas semanas têm sido noticiados vários casos de contágio em lares de idosos, sobretudo no Norte do país.

Até à semana passada, um total de 327 pessoas tinham morrido em lares de idosos infetados com o novo coronavírus, o que representava 40% do total de casos fatais confirmados pelas autoridades de saúde portuguesas.

Mais de metade dos trabalhadores em lares de idosos já foram testados à Covid-19 e 10% estão infetados, revelou na sexta-feira o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita.

"Foram realizados testes a mais de 50% dos trabalhadores dos lares e até ao final da primeira semana de maio contamos ter todos testados todos os trabalhadores de lares", disse o governante em conferência de imprensa de balanço do estado de emergência.

Eduardo Cabrita revela que cerca de 10% dos funcionários testados têm Covid-19. A questão é "motivo de acompanhamento", disse o ministro, mas "não corresponde ao receio de que existia uma dimensão superior de casos positivos”.

Esta segunda-feira, a ministra da Solidariedade e Segurança Social disse que o programa de testes à covid-19 nos lares do país deverá ficar concluído dentro de três semanas, abrangendo 65 mil trabalhadores, mantendo-se depois em monitorização.

"Temos 65 mil trabalhadores nos lares, portanto dentro de três semanas vamos conseguir concluir o programa nos lares em todo o país", afirmou Ana Mendes Godinho aos jornalistas, em Peniche.

Segundo a governante, até hoje deverão estar concluídos 20 mil testes. "É um processo que não fica concluído porque queremos continuar a monitorizar", advertiu.