A União Europeia, os Estados Unidos e outros países ricos já terão chegado a acordo entre si na cimeira climática da COP29 para um financiamento climático de cerca de 300 mil milhões de euros até 2035, avança este sábado a Reuters, citando cinco fontes com conhecimento das negociações que se prolongaram até este sábado.
A cimeira, a realizar-se em Baku no Azerbaijão, tinha fim previsto para sexta-feira, mas as negociações entre cerca de 200 países arrastam-se para chegar a um consenso sobre o financiamento de um plano climático mundial para a próxima década.
A proposta anterior, desenhada pela presidência azeri do COP29, ficava-se pelos 250 mil milhões de dólares (240 mil milhões de euros) por ano até 2035, tendo sido considerada pelos países em desenvolvimento como “um insulto” por ser tão baixa.
À agência Reuters, cinco fontes com conhecimento das negociações indicam que a União Europeia está de acordo com o novo acordo alcançado, de 300 mil milhões de dólares (cerca de 288 mil milhões de euros) por ano até 2035, enquanto outras duas indicam que EUA, Austrália e Reino Unido também deram luz verde, embora porta-vozes de ambos os lados se tenham escusado de comentar as negociações.
O novo acordo está, no entanto longe, só podendo ser alcançado quando os textos forem aprovados em plenário final. O novo compromisso vem substituir o anterior com países em desenvolvimento, que prometia financiamentos de 100 mil milhões de dólares aos países mais pobres até 2020, que foi se estendeu em 2022 até ao próximo ano.
ONG pedem a países em desenvolvimento para abandonar negociações
Ao mesmo tempo, mais de 300 organizações não governamentais (ONG) apelaram esta madrugada aos países em desenvolvimento e à China para abandonarem a conferência do clima no Azerbaijão se os países ricos não aumentarem a proposta de compromisso financeiro.
"Se nada de suficientemente forte for proposto nesta COP, convidamo-los a abandonar a mesa [de negociações] para lutar outro dia", escreveram 335 ONG, numa carta dirigida a uma aliança de 134 países que reúne países em desenvolvimento e a China, um grupo denominado G77+China.
"Este texto é absolutamente inaceitável e permite que os países desenvolvidos se libertem completamente das obrigações em termos de financiamento da luta contra as alterações climáticas nos países em desenvolvimento", afirmaram as ONG.
Os países em vias de desenvolvimento pedem entre 500 mil milhões e 1,3 biliões de dólares (entre 480 mil milhões e 1,25 biliões de euros) por ano, para os ajudar a abandonar os combustíveis fósseis e a adaptarem-se às alterações climáticas associadas ao aquecimento global.
Com Lusa