Os certificados de aforro são mais atrativos em termos de poupança, mas os bancos estão a aproximar-se em termos de oferta.
Entre estes dois instrumentos de poupança seguros, as tradicionais contas bancárias a prazo ou os primeiros certificados emitidos pelo Estado, a oferta estatal continua a ser a que melhor remunera as poupanças.
É a conclusão da última análise da DECO Proteste, Associação de Defesa do Consumidor, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter voltado a subir as taxas de juro.
Há aqui alguns pormenores a ter em conta, como o facto de os Certificado de Aforro já terem atingido a remuneração máxima possível. Em março, a taxa-base chegou ao teto de 3,5% brutos, ou seja, em termos líquidos rende 2,5%. Ainda assim, esta percentagem continua a superar os depósitos a prazo.
Contraofensiva da banca tem armadilhas
Os bancos têm lançado novas contas em resposta à subida da remuneração dos Certificados de Aforro, que mais não é do que a aplicação automática do mecanismo de cálculo que se baseia na atualização das taxas diretoras, decididas pelo BCE.
Estas novas contas oferecem, muitas vezes, taxas de juro acima de 2%. Contudo, a Associação alerta que é preciso olhar para as “entrelinhas”, para distinguir as melhores escolhas.
Apesar de 2% ser uma percentagem atrativa, é necessário analisar bem a remuneração, porque pode ter diferentes taxas de rendimento, variar consoante o ano ou o montante, ser fixa ou crescente, e pode até depender da contratação de outros produtos.
Outro dado importante é o prazo, porque estes juros estão limitados e as datas de início e de vencimento do capital aplicado podem variar, geralmente, entre 1 a 5 anos.
Os bancos têm ainda regras diferentes para a mobilização dos depósitos, deve confirmar as regras para resgates antecipados, se necessário.
Por fim, confirme se é exigido um montante mínimo ou máximo para a abertura de conta.
António Ribeiro, especialista em assuntos financeiros da DECO Proteste, alerta que “estas novas contas servem, sobretudo, para aliciar novos clientes – e fazem-no com um discurso muito focado nas taxas máximas oferecidas”.
Neste momento, as contas são fáceis de fazer. “Os Certificados de Aforro são, atualmente, a melhor aplicação de poupança”, diz este especialista. “Com boas perspetivas de rendimento”, garante.
No entanto, o mercado não é estático. A DECO Proteste também admite que “nos próximos meses, é provável que as taxas dos depósitos, num pequeno grupo de bancos, se aproximem da remuneração dos Certificados de Aforro”.