Os ingredientes para a audição de Frederico Pinheiro, antigo adjunto do ministro das infraestruturas, estão escolhidos. É a história de uma demissão por telefone, de um computador com informações confidenciais, de alegada violência física no ministério das infraestruturas e da intervenção do SIS para recuperar o computador do ministério.
Nos últimos dias surgiram versões contraditórias sobre estes acontecimentos, António Costa falou em roubo de computador, João Galamba em furto, mas o conselho de fiscalização do SIRP garantiu que não foi cometido qualquer crime.
Na audição desta quarta-feira, que vai contar na bancada do Chega, com André Ventura que entra na comissão de inquérito à TAP em substituição de Pedro Pessanha, e com a saída da deputada do Bloco de Esquerda Mariana Mortágua, substituída por Pedro Filipe Soares, os deputados vão ainda tentar perceber quem é que pediu ao SIS para ir buscar o computador do ministério.
João Galamba disse na conferencia de imprensa a 29 de abril que o que aconteceu no ministério, onde as assessoras chegaram a esconder-se na casa de banho, foram reportados pelo seu ministério ao SIS e à Polícia Judiciária por recomendação da ministra da justiça.
Mas a semana passada, no parlamento, o diretor do Serviço de Informação e Segurança, Adélio Neiva da Cruz, e a secretária-geral do SIRP contaram aos deputados, à porta fechada, que foi uma adjunta do ministro João Galamba que ligou para a Presidência do Conselho de Ministros a reportar o roubo do computador com matéria classificada. O secretário-geral da PCM contactou a secretária geral do SIRP que estava incontactável e foi o gabinete de Mira Gomes que contactou o SIS. É o subdirector do SIS que liga á chefe de gabinete de Joao Galamba, e depois de confirmada que havia informação confidencial no computador de Frederico Pinheiro, o SIS decide actuar.
São versões dos factos para os deputados confrontarem Frederico Pinheiro e também a chefe de gabinete de Joao Galamba, Eugénia Cabaço.