A Associação Nacional dos Transportes Portugueses (ANTP) queixa-se de uma total falta de apoio aos camionistas portugueses afetados pelos protestos em França.
“O apoio não é nenhum. Nem da polícia, nem de bombeiros, nem da Proteção Civil francesa. Só mesmo quando chegam ao pé das zonas do bloqueio é que têm alguns militantes a dar alguma água. De resto, o apoio é zero”, descreve o presidente da ANTP.
Nestas declarações à Renascença, Márcio Lopes refere quais são as principais dificuldades que os colegas estão a sentir: “Começa-se a acabar a água, não há higiene pessoal, começa-se a acabar os alimentos, começam a estar inquietos, fartos e cansados de estar sempre no mesmo sítio, sempre a mesma coisa.”
Márcio Lopes alude também a prejuízos que se vão acumulando com o passar dos dias e alerta para uma eventual escassez de alguns produtos.
“Um dia com o camião parado, um investimento parado, não rende nada. Vai haver prejuízos e pode haver situações, cá em Portugal, de alguma escassez de alguns produtos que não tenham muito ‘stock’”, alerta.
Cerca de 10 a 15 mil camionistas portugueses estão a ser afetados pelos “coletes amarelos”, que estão em protesto contra o aumento do preço dos combustíveis.
Várias manifestações contra o aumento das taxas de combustível têm estado a perturbar a circulação nalgumas estradas francesas e o acesso a bombas de combustível, O protesto é organizado pelos "coletes amarelos", movimento cívico criado em França, à margem de partidos e sindicatos, criado espontaneamente nas redes sociais e que está contra o aumento dos impostos dos combustíveis e a diminuição do poder de compra.