O secretário-geral do PS informou esta sexta-feira o Presidente da República sobre os contactos que tem mantido com os partidos, nomeadamente à esquerda, para a constituição da "plataforma de um Governo", mas não revelou a posição de Cavaco Silva.
"Todos temos estado a trabalhar, não no programa de cada um dos partidos - cada um tem a sua própria autonomia e expressa aquilo que é posição de cada um dos partidos - mas, a trabalhar naquilo que importa, trabalhar na plataforma de um Governo", disse.
Para Costa, essa "plataforma" deve dar “tradução política” à vontade
expressa pela "esmagadora maioria dos portugueses" nas eleições legislativas de 4 de Outubro: uma “mudança” de políticas.
Questionado pelos jornalistas sobre a recepção de Cavaco às reuniões com PCP e Bloco de Esquerda, nas quais ganhou força a hipótese de criar um Governo liderado pelo PS e viabilizado pela esquerda, Costa disse apenas: “Não vi nenhuma proposta [à esquerda] que não correspondesse às preocupações do Presidente."
Adiantando esperar ter até ao final da semana "uma avaliação final" do trabalho que está a realizar com as diferentes forças políticas para transmitir ao chefe de Estado, António Costa referiu que para já transmitiu a "avaliação preliminar" que faz dos contactos que já manteve e sobre a criação de condições para exista um Governo "estável, credível e consistente".
“Ninguém teve maioria, todos temos que ter a humildade de fazer um
esforço de aproximação das posições políticas de uns e outros”, referiu o socialista.
Costa diz que é prematuro traçar cenários porque “há conversas que estão ainda marcadas com diversas forças políticas”.
O PS continuou esta segunda-feira o seu périplo pelas forças com representação parlamentar. O dia político ficou marcado pelo encontro com o Bloco de Esquerda. Foi uma reunião "muito interessante" na qual foi possível identificar "matérias passíveis de convergência", afirmou Costa no final do encontro.
Catarina Martins foi mais longe: "O governo de Pedro Passos Coelho e Paulo Portas acabou hoje."