A EDP e a Engie anunciaram esta terça-feira a assinatura de um memorando de entendimento estratégico para criar uma 'joint-venture', controlada em partes iguais, no segmento eólico 'offshore', fixo e flutuante.
Em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a EDP informa que "a nova entidade será o veículo exclusivo de investimento da EDP, através da sua subsidiária detida em 82,6%, EDPR [Renováveis], e da ENGIE para oportunidades eólicas 'offshore' em todo o mundo e passará a ser um dos cinco maiores operadores a nível global na área".
Segundo os termos do acordo, "a EDP e a ENGIE combinarão os seus ativos eólicos ‘offshore’ e os projetos em desenvolvimento na recém-criada ‘joint-venture’, iniciando com um total de 1,5 GW [gigawatt] em construção e 4,0 GW em desenvolvimento, com o objetivo de atingir os 5 a 7 GW de projetos em operação ou construção e 5 a 10 GW em desenvolvimento avançado até 2025".
"A 'joint-venture' terá como alvo prioritário mercados na Europa, nos Estados Unidos e algumas regiões da Ásia, de onde se espera que venha o maior crescimento", refere o comunicado, adiantando que "os projetos que desenvolver irão respeitar os critérios de investimento de ambas as empresas".
Esta parceria surge cerca de um ano depois de a imprensa francesa noticiar que a Engie estaria interessada na aquisição da EDP, adiantando existir contactos entre os dois grupos.
Na altura, em abril de 2018, o presidente executivo da EDP, António Mexia, disse à agência Lusa que as notícias sobre negociações com a Engie eram "histórias" e "realidade virtual", garantindo que "não existe nada" e que "a EDP controla o seu próprio destino".
Cerca de um mês depois, a principal acionista da elétrica portuguesa, a China Three Gorges, anunciava a intenção de lançar uma oferta pública de aquisição (OPA) sobre a EDP (e a EDPR), que chegou ao fim no passado dia 24 de abril, na assembleia-geral de acionistas.
No comunicado divulgado hoje sobre a nova parceria, que está a ser anunciada em Londres, as duas empresas realçam que "a energia eólica 'offshore' está a tornar-se uma parte essencial da transição energética global, conduzindo ao rápido crescimento do mercado e ao aumento da competitividade".
"As empresas acreditam que a criação de uma entidade de maior escala e uma equipa totalmente dedicada, com um potencial de desenvolvimento de negócios global e uma forte capacidade de gerar contratos de aquisição de energia, irá acelerar o crescimento da carteira de ativos e assegurar uma operação mais eficiente", referem.
A francesa Engie e a EDPR são parceiras em dois projetos eólicos 'offshore' flutuantes em França e Portugal e participam em conjunto no concurso para o eólico 'offshore' de Dunquerque, a decorrer em França.
No comunicado ao mercado, a EDP informa que "a execução do projeto está sujeita aos respetivos processos de aprovação social, corporativo, legal, regulatório e contratual", mas "o objetivo é que a 'joint-venture' esteja operacional até ao final de 2019".