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Portugal está preparado para iniciar a vacinação contra a Covid-19 assim que as primeiras vacinas chegarem, mesmo que isso aconteça na noite de Natal, afirmou esta quarta-feira Francisco Ramos, coordenador do grupo responsável pelo plano.
Seria “intolerável” haver vacinas e não as poder usar imediatamente, disse o antigo secretário de Estado da Saúde, no Parlamento. A estimativa é que sejam administradas 50 mil vacinas por dia.
Tudo depende agora da decisão da Agência Europeia do Medicamento, que vai reunir-se na próxima segunda-feira, e da decisão da Comissão Europeia sobre a vacina da Pfizer, sublinha Francisco Ramos.
“A Pfizer anunciou disponibilidade para, três dias após a aprovação, a vacina ser distribuída, não sei se com o dia de Natal pelo meio. O que posso garantir é que mesmo que essa distribuição ocorra na noite de Natal, no dia 24, teremos as pessoas indicadas e habilitadas para receber as vacinas”, declarou em audição parlamentar.
Como não há, neste momento, uma data precisa para a entrega da vacina, não é possível começar já a fazer marcações para a vacinação, explicou.
Francisco Ramos garante que não haverá problemas com as cadeias de frio, receção e distribuição das primeiras vacinas.
“A vacina da Pfizer, que é a primeira que vamos ter, pode ser guarda nesse ponto central, com essas características de frio durante seis meses, pode sair durante 30 dias acondicionada, sem abrir, numas caixas térmicas em que é fornecida e, depois de aberta a caixa, há cinco dias para as vacinas serem administradas. E aí, as condições de conservação são as dos nossos frigoríficos domésticos, entre 2 e 8 graus.”
Imunidade de grupo até ao verão
As Forças Armadas vão ficar de fora do processo de distribuição das vacinas contra a covid-19, esclareceu o coordenador da "task force" criada pelo Governo.
“É a empresa que vai entregar as vacinas. A distribuição no continente não será feita pelas Forças Armadas, a responsabilidade do processo de distribuição será dos elementos a colaborar connosco. Não serão veículos das Forças Armadas a fazer essa distribuição, será feita através de organizações e instrumentos certificados e licenciados para isso”, afirmou Francisco Ramos.
As farmácias também ficam de fora do plano de vacinação, pelo menos numa primeira fase, reafirma o antigo secretário de Estado.
O responsável garante que Portugal terá vacinas suficientes para toda a população - 22 milhões de doses -, mas reafirma que ninguém será obrigado a tomar o fármaco, mesmo profissionais de saúde.
Seria, aliás, “um enorme erro” tornar a vacina obrigatória para a população portuguesa, defende.
O coordenador do grupo de trabalho aponta o início do verão como a altura para atingir a imunidade de grupo contra a Covid-19 em Portugal.