O Presidente da República considera que o número de casos de abusos sexuais na Igreja Católica não é "particularmente elevado".
Esta terça-feira, a Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais contra as Crianças na Igreja Católica revelou que, nos 10 meses desde que iniciou funções, já recolheu 424 testemunhos de alegadas vítimas e que, desses, 381 prescreveram, ou seja, cerca de 90%.
"Não me surpreende", referiu Marcelo Rebelo de Sousa, quando confrontado pelos jornalistas.
E justificou a sua posição com o facto de, nestes casos, não haver um limite de tempo para estas queixas.
"Há queixas de pessoas com 80 anos ou 90 anos e fazem denúncias de situações que aconteceram há 60, 70 ou 80 anos. Isto significa que estamos perante um conjunto de pessoas que se relacionou com a Igreja Católica, de milhões de jovens".
Daí que, para o Chefe do Estado, o facto de haver cerca de 400 casos reportados não é "particularmente elevado, porque noutros países, e com horizontes mais pequenos, houve milhares de casos".
Noutro plano, o Presidente da República desvaloriza, a previsão pessimista do FMI. Para 2023, o Governo prevê um crescimento de 1,3%, mas o Fundo Monetário Internacional diz que o crescimento será de apenas 0,7%.
Marcelo diz que o FMI faz essa previsão sem estar na posse de todos os dados entretanto revelados pelo Governo.