Trinta deputados do PSD escreveram uma carta ao líder parlamentar, Joaquim Miranda Sarmento, onde pedem a convocação de uma reunião urgente, já para a próxima terça-feira de manhã, para debater a liberdade partidária.
O pedido acontece na sequência das buscas realizadas na quarta-feira, à sede do PSD e à casa do antigo líder Rui Rio, e da carta desta tarde enviada pelo secretário-geral do PSD à Procuradoria-Geral da República.
A carta, a que a Renascença teve acesso, é assinada por 30 deputados, entre eles, os antigos líderes parlamentares Paulo Mota Pinto, Adão Silva, Fernando Negrão, mas também André Coelho Lima, José Silvano, João Montenegro, Carlos Eduardo Reis ou António Topa Gomes.
Os signatários apontam as buscas efetuadas ontem a casa de Rui Rio (que foi líder parlamentar e presidente do partido) e à casa do deputado Hugo Carneiro, à sede do PSD e ainda carta enviada pelo secretário-geral do partido à Procuradora Geral da República para exigirem a reunião do grupo parlamentar.
Alegam que é urgente debater a liberdade de ação política partidária e o relacionamento com os assessores do grupo parlamentar.
“É o nosso Grupo Parlamentar e a sua dinâmica funcional, os termos da sua relação com o pessoal de assessoria técnica e a proteção das mulheres e homens que o compõem, a extensão da liberdade da ação política partidária e da sua relação com este Grupo Parlamentar, a existência ou não de limites à forma como desempenhamos a atividade legislativa e o escrutínio da atividade governativa, que o justificam e exigem amplamente”, lê-se na carta enviada a Joaquim Miranda Sarmento e a que a Renascença teve acesso.
Na quarta-feira, a Polícia Judiciária (PJ) mobilizou cerca de 100 inspetores e peritos informáticos e financeiros para um conjunto de 20 buscas, incluindo na casa do ex-presidente do PSD Rui Rio e na sede nacional deste partido.
A CNN noticiou estas buscas em primeira mão, cerca das 10:30, com equipas em direto no exterior da residência de Rui Rio, no Porto, e junto à sede nacional do PSD, em Lisboa, referindo que aconteciam por "suspeitas de crimes de peculato e abuso de poder".
Segundo a CNN, em causa está a utilização, considerada indevida, de verbas para os gabinetes dos grupos parlamentares com pessoal em funções para o partido fora do parlamento.