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O Papa cumpriu, este domingo, a tradição de anunciar o local e a data da próxima Jornada Mundial da Juventude (JMJ) antes da bênção final da missa de encerramento desta JMJ, que decorreu no campo São João Paulo II, no Panamá. O anúncio foi feito pelo atual prefeito do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida.
“A próxima Jornada Mundial da Juventude vai decorrer em
Portugal”, disse o cardeal Kevin Farrell.
Quando a palavra “Portugal” foi pronunciada foram audíveis palmas e manifestações de alegria dos portugueses presentes no Campo São João Paulo II.
O anúncio foi acompanhado por uma delegação do Patriarcado de Lisboa, presidida por D. Manuel Clemente, cardeal patriarca de Lisboa; pelo Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa; e pelo presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina. Após o anúncio foi apresentado um vídeo de boas-vindas.
Numa primeira reação, em exclusivo à Renascença e à Ecclesia, Marcelo Rebelo de Sousa e D. Manuel Clemente mostraram-se muito satisfeitos com a decisão.
O Presidente afirmou que a escolha de Lisboa é uma “vitória da língua portuguesa e da Lusofonia”. Já o cardeal patriarca de Lisboa considerou que a decisão vem cumprir um sonho “de há muito tempo” da Igreja Católica em Portugal.
O presidente da Câmara de Lisboa disse que as jornadas em Portugal vão ser “as maiores e melhores de sempre”. Em entrevista à Renascença, no Panamá, Fernando Medina diz que “sermos o local escolhido pelo Papa Francisco para acolher aquele que é o maior evento mundial de juventude é extraordinário”.
JMJ regressam à Europa
A realização do encontro em Portugal já era esperada desde dezembro, mas só foi oficializada este domingo.
Entre os 100 a 200 mil jovens, oriundos de 155 países, presentes neste encontro estavam 300 portugueses, de 12 dioceses e seis congregações e movimentos (Salesianos, Caminho Neocatecumenal, Equipas de Jovens de Nossa Senhora, Juventude Mariana Vicentina, Schoenstatt e Focolares), 30 voluntários e seis bispos, nomeadamente Manuel Clemente, cardeal-patriarca de Lisboa, Joaquim Mendes, presidente da Comissão Episcopal do Laicado e Família e bispo auxiliar de Lisboa, José Cordeiro, bispo de Bragança-Miranda, Manuel Felício, bispo da Guarda, D. Nuno Almeida, bispo auxiliar de Braga e Virgílio Antunes, bispo de Coimbra.
Há uma década que o país tenta acolher a Jornada da Juventude. O cardeal patriarca de Lisboa oficializou o pedido para as receber no final de 2017 e desde 2012 que em
várias reuniões do Conselho Pontifício para os Leigos (CPL), do Vaticano, a
hipótese de Portugal tem estado a ser pensada.
As anteriores edições da JMJ realizaram-se em Colónia, na Alemanha, em 2005, Sydney, na Austrália, em 2008, em Madrid, em 2011, com o papa Bento XVI, no Rio de Janeiro, em 2013, e em Cracóvia, na Polónia, em 2016, com o atual pontífice.
As JMJ regressam à Europa em 2022, com a escolha da capital portuguesa para acolher o maior evento da Igreja Católica, depois de em 2016 se terem realizado em Cracóvia, na Polónia.
As primeiras JMJ foram promovidas pelo Papa João Paulo II, após o sucesso do encontro promovido em 1985, em Roma, no Ano Internacional da Juventude, e o primeiro encontro internacional realizou-se em Buenos Aires, Argentina, dois anos depois.
Na ocasião, João Paulo II disse que os jovens "são protagonistas de uma dupla esperança": pela sua juventude, uma esperança para a Igreja, e, por serem da América Latina, continente de esperança.
A partir desse ano, sempre com dois ou três anos de intervalo, foram-se assinalando as Jornadas Mundiais da Juventude em diferentes cidades. A Polónia é o único país que já recebeu as JMJ duas vezes.
Papa deixa um “obrigado” aos jovens
“E a vós, queridos jovens, um grande ‘obrigado’! A vossa fé e alegria fizeram vibrar o Panamá, a América e o mundo inteiro”, disse o Papa durante a missa que encerrou as JMJ no Panamá e que durante uma semana reuniu milhares de jovens de todo o mundo.
Francisco disse ainda para continuarem “a caminhar, a viver a fé e a partilha-la”.
“Não vos esqueçais que não sois o amanhã, não sois o ‘entretanto’, mas o agora de Deus”, disse o papa, pedindo ainda que no regresso às paróquias, comunidades, família e amigos transmitam a experiência para “outros possam vribrar”.
Um pouco antes do anúncio de que as próximas JMJ serão em Portugal em 2022, o Papa agradeceu ainda a presença nesta celebração do Presidente do Panamá, Juan Carlos Varela Rodríguez, e dos presidentes doutras nações e das demais autoridades políticas e civis.
As Jornada Mundiais da Juventude que terminaram no Panamá foram um primeiro momento de encontro global dos jovens após o sínodo dos bispos que lhes foi dedicado, em outubro de 2018, e no qual foi reforçada a necessidade de continuar a caminhar com os jovens.