O primeiro-ministro, António Costa, confirma que o Banif foi vendido ao Santander e admite que esta operação terá um "custo muito elevado para os contribuintes".
Apesar de haver um "custo muito elevado para os contribuintes", esta é a solução "que melhor defende os interesses do país" e a "menos má" entre as "legalmente possíveis", confirmou o chefe de Governo, este domingo.
Numa curta declaração sem direito a perguntas, em São Bento, Costa garantiu que a solução "protege todos os depositantes (incluindo poupanças dos emigrantes), defende os postos de trabalho e a estabilidade do sistema financeiro".
"A resolução de uma instituição bancária é dolorosa e custosa para os contribuintes", acrescentou.
O chefe de Governo deixou também críticas ao anterior Governo ao lembrar que a crise no banco já era conhecida há mais de um ano e não foi encontrado um plano válido. “Desde Janeiro de 2013 que o Estado tinha a maioria do capital e estava obrigado a fazer aprovar por Bruxelas um plano de reestruturação.”
Antes de António Costa falar, através de comunicado, o Banco de Portugal confirmou que o Banif foi vendido ao Banco Santander.
Foi ainda decidido dividir o banco insular em dois. A parte "boa" passa para o controlo do banco espanhol e os activos tóxicos serão transferidos para um veículo de gestão de activos.
No Banif, que continua a existir, permanecem activos para serem liquidados no futuro.
A operação envolve um apoio público estimado de 2.255 milhões de euros para cobrir contingências futuras. O fundo de resolução entra com 489 milhões e o Estado directamente com 1.766 milhões.
O Estado tinha 60,5% do Banif.
Para esta segunda-feira está marcado um Conselho de Ministros extraordinário para discutir um orçamento rectificativo. O PS vai pedir um inquérito parlamentar ao caso Banif, confirmou Carlos César, presidente do grupo parlamentar do PS.
[Actualizado às 01h10]